Imagem que mostra conexão intrínseca entre animais, plantas e ambiente vence o Wildlife Photographer of the Year 2024

Todos os anos milhares de girinos submergem do fundo do Lago Cedar, na região da Colúmbia Britânica, no Canadá. Eles tentam escapar de predadores e chegar a águas rasas, onde conseguirão se alimentar. Estima-se, entretanto, que 99% deles não sobreviverão até a idade adulta. Essa trajetória extraordinária em busca da vida foi capturada pelas lentes do fotógrafo e jornalista especializado em conservação marinha Shane Gross, que com esse registro conquistou o prêmio principal do Wildlife Photographer of the Year 2024, considerada a mais importante premiação da fotografia de vida selvagem.

Para os jurados, a imagem de Gross não só demonstra que a beleza no mundo natural pode ser encontrada onde quer que olhemos, mas também reflete como os animais, as plantas e o meio ambiente estão intrinsecamente ligados.

“O júri ficou cativado pela mistura de luz, energia e conectividade entre o meio ambiente e os girinos”, diz a editora de fotografia Kathy Moran, presidente do júri do Wildlife Photographer of the Year.

O sapo-ocidental (Anaxyrus boreas) é uma espécie de anfíbio encontrada apenas na região oeste do Hemisfério Norte, desde o sul da Baja Califórnia até o norte do Alasca. Durante os meses de fevereiro e agosto, as fêmeas enroscam seus milhares de ovos na vegetação aquática das margens de lagos, lagoas e pântanos. Após eclodirem, se formarão então enormes cardumes de girinos, que se transformarão em sapos de quatro a doze semanas mais tarde.

Para conseguir fazer a imagem, o fotógrafo ficou mergulhando durante horas no lago na Ilha de Vancouver. Ele explica que a presença de qualquer lodo ou alga que subissem do fundo do lago reduziriam a visibilidade da foto. Para evitar isso, Shane seguiu as trilhas abertas por castores na superfície da água.

Especializado em fotografia subaquática, o profissional já clicou enormes tubarões, baleias e crocodilos, até pequenos cavalos-marinhos, nudibrânquios e girinos, além de leões-marinhos, peixes-boi e polvos.

“Espero que a atenção que esta imagem traz aos nossos anfíbios e pântanos leve a proteções muito necessárias e urgentes. Se você conhece um lugar importante no seu quintal, reúna a comunidade e lute por sua proteção”, escreveu Shane em suas redes sociais, ao celebrar o prêmio.

No vídeo abaixo ele fala sobre as principais dificuldades em fazer a foto:

 

 

 

 

 

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Young Wildlife Photographer of the Year 2024

Promovido pelo Museu de História Natural de Londres, o Wildlife Photographer chega à sua 60^a edição. Desde 1964 o concurso internacional premia as melhores imagens de natureza e assim, promove a conservação do meio ambiente. 

Nessa edição foram inscritas quase 60 mil fotos, um recorde, vindas de 117 países e territórios. As imagens são julgadas anonimamente por sua criatividade, originalidade e excelência técnica, por um painel internacional de especialistas. No total, a competição tem 18 categorias.

O vencedor da premiação para jovens fotógrafos entre 15 e 17 anos foi o alemão Alexis Tinker-Tsavalas, que capturou com suas lentes um colêmbolo cor de framboesa ao lado de um bolor limoso em crescimento – cada um deles medindo menos de dois milímetros.

Alexis usou uma técnica chamada empilhamento de foco, combinando 36 imagens, cada uma com uma área diferente em foco.

Confira abaixo alguns dos outros premiados no Wildlife Photographer of the Year deste ano:

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Foto de abertura: Shane Gross/Wildlife Photographer of the Year 2024