PUBLICIDADE

Ilhas Faroé anuncia taxa de turismo ambiental, enquanto permite matança de centenas de baleias

Ilhas Faroé anuncia taxa de turismo ambiental, enquanto permite matança de centenas de baleias

Recentemente o governo das Ilhas Faroé, um território autônomo da Dinamarca, localizado no Atlântico Norte entre a Escócia e a Islândia, anunciou o início da cobrança de uma taxa de turismo, a partir de outubro de 2025, para “proteger o meio ambiente e a natureza”. O valor será de 20 coroas dinamarquesas por dia, cerca de 15 reais, e os visitantes poderão passar, no máximo, dez noites no arquipélago.

A grande ironia é que, enquanto parece estar preocupada com a preservação ambiental, mesmo sob duras críticas internacionais, as Ilhas Faroé continuam permitindo todos os anos a matança de centenas de baleias. É o chamado grindadráp, ou simplesmente grind, o abate legal e incentivado pelo governo local, que alega ser essa uma tradição milenar iniciada pelos povos Vikings. Além de promover a cultura e o senso de comunidade entre os moradores, a atividade forneceria alimento (a carne dos animais), estocada durante vários meses.

Só nessa temporada do grind, que começou oito semanas atrás, 592 baleias-pilotos (Globicephala macrorhynchus) já foram mortas. Entre eles estão filhotes e fêmeas grávidas. Anualmente, o governo estipula uma cota máxima de animais que podem ser caçados.

Quando um grupo de baleias é avistado próximo da costa, os pescadores são avisados. Para matá-las, barcos as encurralam e as forçam a ir até uma baía. Lá, quando encalham na água, são esfaqueadas.

PUBLICIDADE

As “regras” oficiais determinam que o abate dos animais deveria ser rápido e sem sofrimento. Os envolvidos na prática precisam fazer curso e ter uma licença. Mas a organização internacional Sea Shepherd, que acompanha a matança há mais de 40 anos, denuncia irregularidades no abate, completamente bárbaro e desnecessário.

“Com a introdução da taxa de turismo para proteger a natureza, os turistas devem escrutinar minuciosamente as práticas de sustentabilidade das Ilhas Faroé e a destruição dos ecossistemas marinhos antes de visitarem. A proteção da natureza deve estender-se a todas as formas de vida selvagem, incluindo as baleias-piloto e os golfinhos-de-faces-brancas mortos nas caçadas”, afirma a Sea Shepherd. “O grind deve acabar agora”.

“É uma batalha por uma tradição violenta intimamente ligada à identidade local versus a empatia e o respeito pelo futuro da nossa preciosa vida oceânica. Alguns dias estamos otimistas e outros dias nem tanto. Mas ainda acreditamos que é necessária uma oposição estratégica a esta crueldade e, até vermos uma voz local de peso, que possa apoiar essa causa, continuaremos a trabalhar”, afirma Valentina Crast, principal responsável pela campanha da organização contra o grind.

Ilhas Faroé anuncia taxa de turismo ambiental, enquanto permite matança de centenas de baleias

Imagem aérea mostra o banho de sangue em uma das baías do arquipélago
Foto: Sea Shepherd

Abaixo um vídeo impressionante que mostra a perseguição e caça das baleias nas Ilhas Faroé realizada nos últimos dias:

——————-

Acompanhe o Conexão Planeta também pelo WhatsApp. Acesse este link, inscreva-se, ative o sininho e receba as novidades direto no celular

Leia também:
Sangue e leite podem ser vistos ao lado das mais de 80 baleias mortas em novo massacre nas Ilhas Faroé
Quase 1.500 golfinhos são mortos em matança brutal, e legal, nas Ilhas Faroé, na Dinamarca

Foto de abertura: Sea Shepherd

Comentários
guest

1 Comentário
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários
Ivana Sílvia
Ivana Sílvia
1 mês atrás

Realmente, há seres humanos conscientes e também seres monstros que nos dias atuais cometem esses horrores! E se revestem de donos de um usufruto, em prol de uma maldosa tradição, que é patrimônio ambiental de todos em nosso Planeta.

Notícias Relacionadas
Sobre o autor
PUBLICIDADE
Receba notícias por e-mail

Digite seu endereço eletrônico abaixo para receber notificações das novas publicações do Conexão Planeta.

PUBLICIDADE

Mais lidas

  • PUBLICIDADE