Graças à intensificação do trabalho de agentes do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama) no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, tem sido possível reduzir a ação de criminosos ligados ao tráfico internacional de animais silvestres. Há poucos dias foram apreendidos 60 ovos de aves silvestres com um turista chinês.
O homem estava com os ovos dentro de uma bolsa térmica. Segundo ele contou para os agentes de fiscalização, eles tinham sido coletados na região de Foz do Iguaçu, no Paraná e seriam levados para Hong Kong, na China.
O turista foi autuado pelo Ibama em R$ 300 mil e levado para a delegacia da Polícia Federal para prestar depoimento e responder aos trâmites criminais.
De acordo com informações divulgadas pelo Ibama em suas redes sociais, os ovos foram encaminhados para um centro de recebimento para eclosão e reintrodução na natureza das espécies retiradas do tráfico em São Paulo.
Infelizmente, com a grande diversidade de espécies de aves encontradas no Brasil, o país é um dos principais alvos de traficantes no mundo.
No final de agosto, araras-azuis-de-lear traficadas para o Suriname, apreendidas pela polícia daquele país e que seriam repatriadas para o Brasil foram roubadas do local onde estavam na noite anterior à viagem de volta. No total eram 29 aves. Os criminosos conseguiram escapar com 28 delas, mas uma voou e fugiu.
Estima-se que o mercado global de venda ilegal de aves silvestres movimente cerca de US$ 42,8 bilhões por ano. A taxa de mortalidade durante o transporte é alta, aproximadamente 90%. Pouco mais de 1% dos animais sobrevive. Pássaros são acondicionados das maneiras mais desumanas possíveis. Muitos são colocados dentro de canos de PVC, escondidos entre cargas. Não é surpresa então, que a maioria deles chegue morta ao destino final.
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Foto de abertura: divulgação Ibama
Estranho ter este relato da coleta dos ovos em Foz do Iguaçu, que é bioma de mata atlântica e não tem ocorrência de araras, na verdade nenhuma espécie que ocorre no Brasil ocorre naturalmente por ali.
Vejam que interessante também foi o encontro dos ovos de tucano-toco, e olhem a coincidência, também em Foz do Iguaçu.
Mais uma informação… como ele foi autuado em R$ 300 mil (multa de R$ 5 mil por ave, com base em 60 ovos) se no momento da apreensão nem sabiam de que espécie eram os ovos? Se eram de psitacídeos, o que levaria à multa de R$ 5 mil por ave, ou outra espécie.