Graças à pressão de organizações da sociedade civil e da campanha Proteja as Árvores Gigantes, o governador do Pará, Helder Barbalho, assinou no último dia 30 de setembro o decreto que oficializa a criação do Parque Estadual Ambiental das Árvores Gigantes da Amazônia, localizado no município de Almeirim, no oeste do estado.
O principal objetivo da nova Unidade de Conservação (UC) é proteger gigantescas árvores amazônicas, entre elas, a maior da América Latina e entre as dez maiores do mundo, um angelim-vermelho (Dinizia excelsa), com 88,5 metros de altura – o equivalente a duas vezes e meia o tamanho do Cristo Redentor – e quase dez metros de circunferência. A árvore, descoberta por pesquisadores em 2022, tem a idade estimada entre 400 e 600 anos.
Com uma área de 560 mil hectares, o novo parque será gerenciado pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (Ideflor-Bio). “O Parque Estadual das Árvores Gigantes da Amazônia é um marco na preservação da nossa biodiversidade, garantindo que espécies únicas e de grande relevância ecológica continuem existindo para as futuras gerações”, diz Nilson Pinto, presidente do instituto.
Originalmente esse santuário de árvores gigantes fazia parte da Floresta Estadual (Flota) do Paru, também uma UC, todavia, com uma área muito maior, de mais de 3 milhões de hectares e sob a categoria de “uso sustentável”, ou seja, onde existe a permissão da exploração de recursos naturais e a retirada de madeira sob certas regras de manejo.
Além disso, dados de maio de 2024 do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) apontavam que a Floresta Estadual do Paru era a 9ª unidade de conservação mais desmatada da Amazônia Legal.
Agora classificado numa nova categoria, o Parque das Árvores Gigantes figura no grupo daquelas UCs de proteção integral, onde as atividades em sua área são mais restritas e assim, a conservação das árvores gigantes ficará mais garantida, assim como outras espécies da fauna e da flora, algumas endêmicas e outras ameaçadas de extinção, encontradas na região.
Segundo o Ideflor-Bio, a criação do novo parque deve impulsionar também o turismo sustentável e a pesquisa científica. O plano de gestão da UC leva em conta ainda as comunidades tradicionais e povos indígenas que vivem ali, que realizam atividades como a pesca ou a coleta de frutos como a castanha-do-pará e o camu-camu.
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Foto de abertura: divulgação Ideflor-Bio