Há pouquíssimo tempo demos uma notícia semelhante. A anterior, era de uma toninha, uma espécie de golfinho, encontrada morta no litoral de São Paulo, com um lacre plástico preso no focinho. O animal morreu porque não conseguiu mais se alimentar.
Na última semana, o mesmo ocorreu com uma garça, na cidade de Sorocaba, no interior paulista. Frequentadores do Parque Carlos Alberto de Souza, no bairro do Campolim, perceberam que a ave também estava com um anel plástico preso no bico.
Equipes da Polícia Ambiental e do Corpo de Bombeiros tentaram resgatar a garça para ajudá-la, mas durante vários dias, as tentativas foram inúteis. Apenas na sexta-feira (14/12), depois de quase uma semana, conseguindo se alimentar somente com pequenos peixes, é que funcionários do zoológico de Sorocaba foram até o local e cortaram o lacre.
Infelizmente, esse tipo de acidente está se tornando cada vez mais frequente. É tão grande a quantidade de lixo, principalmente o plástico, descartado em qualquer lugar, que animais sofrem o impacto do despejo de resíduos no meio ambiente.
No mês passado, uma cachalote foi encontrada morta na Indonésia com sacolas, sandálias e mais de 100 copos plásticos no estômago. Em abril, outra baleia da mesma espécie encalhou na Espanha com 29 kg de plástico no estômago. Dois meses depois, mais uma baleia morta: dessa vez na Tailândia. Tinha engolido 80 sacolas plásticas.
Entre 1970 e 2012, houve uma redução de 50% das espécies marinhas que habitam os oceanos do planeta.
E não são apenas os animais aquáticos os impactados pelo lixo nos oceanos. Até 2050, quase todas as aves marinhas terão plástico em seus organismos. Não escaparão nem as mais remotas comunidades de pinguins da Antártica ou albatrozes nascidos em ilhas e rochedos remotos. A previsão é de pesquisadores da Commonwealth Scientific and Industrial Research Organization (Csiro), da Austrália, e do Imperial College de Londres, da Inglaterra.
Outro estudo, realizado no final do ano passado, revelou ainda que fibras plásticas estão presentes na água que o mundo inteiro bebe, inclusive, o Brasil.
É a “era do plasticídio”, como muitos cientistas já chamam a época atual. E não basta aumentar a reciclagem. É preciso, urgentemente, reduzir o consumo de plástico.
*Uma dica importante: para evitar que mais animais fiquem presos em anéis de plástico, sempre os corte antes de jogá-los no lixo.
Fotos: reprodução Facebook Gledson Barros
Um dia a História do Planeta contará sobre nós, os humanos da “Era do Plasticídio” que não conseguiam caminhar para a frente sem deixar para trás as pegadas de sangue dos animais mortos em nome do que chamavam de civilização e progresso, um preço muito alto se levarmos em conta a vida sem preço das vítimas, comparada à nossa, que não poucas vezes se vende tão barato, apenas por dinheiro.