Baleia encontrada morta na Tailândia tinha 80 sacolas plásticas no estômago

Baleia encontrada morta na Tailândia tinha 80 sacolas plásticas no estômago

Ela não é a primeira e infelizmente, se nada mudar, não será a última. Desta vez foi uma baleia-piloto (G. melas) que encalhou numa praia no sudeste da Tailândia.

O animal foi resgatado por uma equipe de veterinários, mas não resistiu. Ainda no mar, a baleia vomitou cinco sacolas plásticas. O mais assustador, entretanto, foi o resultado da autópsia. Foram encontradas 80 sacolas plásticas no estômago do cetáceo, aproximadamente 8 quilos de lixo plástico.

Com o estômago estufado com estes resíduos, provavelmente ela não conseguiu mais se alimentar e morreu de fome.

Em abril, outra baleia, uma cachalote, foi achada morta na Espanha com 29 kg de plástico no estômago. Durante o exame do animal, que media 10 metros e é o maior mamífero com dentes do planeta, foi retirada uma quantidade enorme de sacolas plásticas, além de uma lata e diversos pedaços de redes de pesca.

Infelizmente, nem os gigantes dos oceanos estão protegidos de uma das maiores pragas ambientais da civilização moderna: o plástico.

Vida marinha em risco

Em fevereiro deste ano, mostramos aqui, neste outro post, que um estudo publicado na revista Trends in Ecology and Evolution  já revelava o impacto da poluição provocada pelo descarte de plástico nos oceanos nos grandes animais marinhos. De acordo com o artigo, espécies que se alimentam através do sistema de filtragem, como tubarões-baleia e algumas arraias, estão sendo expostas a substâncias tóxicas ao engolirem micropartículas plásticas.

Animais aquáticos como estes possuem a capacidade de retirar o alimento da água, por isso, são considerados filtradores. O que tem acontecido é que, juntamente com suas presas naturais – crustáceos, krills, plânctons e outros peixes pequenos – eles têm ingerido o plástico.

São minúsculos pedaços do material, muitas vezes esferas menores do que a ponta de um alfinete, praticamente invisíveis a olho nu, com menos de 5mm.

Os pesquisadores alertam que a ingestão de plástico – não somente pedaços grandes, mas também nanopartículas – pode comprometer a absorção de nutrientes destes animais e provocar sérios danos ao sistema digestivo.

Além disso, os cientistas ressaltam que ainda há pouco conhecimento sobre como as toxinas liberadas pelos resíduos plásticos afetam a saúde de baleias, tubarões e arraias, e consequentemente, seu sistema hormonal e reprodutivo.

Entre 1970 e 2012, houve uma redução de 50% das espécies marinhas que habitam os oceanos do planeta.

Foto: Oregon State University/Creative Commons/Flickr

9 comentários em “Baleia encontrada morta na Tailândia tinha 80 sacolas plásticas no estômago

  • 4 de junho de 2018 em 6:06 PM
    Permalink

    Não é possível que a Ciência, tão evoluída em alguns aspectos seja tão preguiçosa em outros, a ponto de não ter achado, ainda, as imprescindíveis e inadiáveis opções bio degradáveis para a poluição ambiental oriunda de um Progresso às avessas e sem planejamento, que permitisse frear os fatores destrutivos que bagunçam o Planeta de cabo a rabo.Não é possível não tenha encontrado e posto em prática até hoje, as soluções ecologicamente viáveis e práticas, “para ontem”, de problemas tão graves e prioritários como a destruição da fauna terrestre,aérea e marinha que está desaparecendo na velocidade da luz, sufocada pelo lixo de uma civilização que não aprendeu a descarta-lo corretamente, antes que inocentes espécimes o encontrem e façam mau uso dele. Não é possível que cientistas que pisaram na Lua e descobriram novas galáxias, não se manquem de arrumar a nossa Casa Planetária ANTES de desastres ambientais como esse, perfeitamente previsível se tudo o que comprássemos não viesse embalado no maldito plástico, até mesmo alfinetes, comprimidos, grampos ou pregos. Não apenas no estômago das baleias, se encontram as embalagens, mas formando ilhas de lixo no Pacífico, dezessete vezes o tamanho de Portugal, o nosso produto incivilizado lá está, provando o quanto ainda somos inferiores, imaturos e ingratos com o mundo onde nascemos, vivemos e vamos morrer. Não é possível que cientistas estejam de braços cruzados e olhos no Céu procurando por estrelas distantes, enquanto animais agonizam e morrem aos pés deles, antes do tempo, por falta de capacitação, empenho e vontade daqueles que nos poderiam salvar do caos, mas não querem ou não sabem como. Nenhuma pesquisa científica que priorize descobrir planetas, enquanto o nosso estertora, deveria ser permitida, aplaudida, licenciada e nenhum novo descobrimento científico não vinculado à qualidade de vida de terráqueos de todas as espécies, deveria ser premiado com algum Nobel de Ecologia, totalmente imerecido e inválido, se espécimes valiosos como essa baleia estão a morrer por descuido, distração e ignorância nossa e daqueles que estudaram para salvar seres vivos antes que se transformem em ETS monstruosos, intoxicados pelos agrotóxicos e pelo lixo que uma Ciência desconectada não descartou para Marte ou para o diabo que os carregue.
    https://www.youtube.com/watch?v=paB5td4_7FA
    https://www.efe.com/efe/brasil/patrocinada/cientistas-descobrem-galaxia-mil-vezes-mais-luminosa-que-a-via-lactea/50000251-3323041

    Resposta
  • 10 de junho de 2018 em 1:18 PM
    Permalink

    Sem palavras para tanta estupidez dos seres humanos. ” Se educação vem de berço, muitos humanos caíram dele”

    Resposta
  • 22 de junho de 2018 em 9:01 PM
    Permalink

    Culpa do plástico?? Como ele foi até lá, andando?? Culpa da ma educação do homem com o meio ambiente em que vive. Acabar com plástico e outra coisa acontecerá. A educação é que é difícil.

    Resposta
  • 23 de julho de 2018 em 12:01 PM
    Permalink

    … Morrem muito + baleias e frutos do mar pelos meios da pesca predatória . . . !

    IMPUNIDADE aos poluidores dos mares Sim, só aumenta o problema !

    Resposta
  • 26 de julho de 2018 em 9:23 AM
    Permalink

    CORRECAO: nfelizmente, nem os gigantes dos oceanos estão protegidos de uma das maiores pragas ambientais O SER HUMANO!

    Resposta
  • 29 de julho de 2018 em 6:04 AM
    Permalink

    A ciência ja desenvolveu a tecnologia necessária, mas infelizmente, nan sao os cientistas que tomam as decisões políticas, economicas e industriais. As populacoes mundiais precisam pressionar quem toma estas decisões.

    Resposta
  • 2 de agosto de 2018 em 6:01 PM
    Permalink

    Evito ao máximo comprar produtos que tenham plástico : isopor e utensílios domésticos por exemplo. Também saio sempre de casa com sacolas usadas, tentando não participar dessa indústria letal. Passei a evitar essa praga depois de assistir ao Doc. Plastic Planet, do Werner Boote.
    Muito importante de assistir

    Resposta
  • 28 de outubro de 2018 em 9:50 AM
    Permalink

    Infelizmente isso é uma realidade, mas se nos começarmos a utilizar cada vez mais produtos sustentáveis, iremos mudar isso no futuro, http://www.alcaslondrina.com.br esse produtos de papel não iria ter problemas

    Resposta
  • 8 de março de 2019 em 6:02 PM
    Permalink

    Temos um grande, talvez o maior desafio do nosso tempo. Temos criatividade que nos cercam milhares de anos, 50.000 anos pelo menos. Eis a era do fogo, da roda, do bronze, do ouro, e ainda extrairemos muito mais com nióbio, urânio, armas nucleares a TSAR como a maior de todas já tem 30 anos. O homem foi à Lua, entende de ciências, história, geografia, astrofísca, de literatura, de artes. Uma delas me chama a atenção nesse exato momento, pois um comentário anterior fora falado que está tudo interligado. E no meio das artes, Hollywood exprime em vários filmes esta afirmação. Seja baseado em livros ou em cientistas que entraram para a história. Um filme define de forma criteriosamente utópica a ideia, AVATAR. Este ao final mostra a bondade e maldade do ser humano, Destruir e Proteger. O ser humano cria, novos idiomas? Nós aprendemos! E ao final de tudo, passamos a ensinar… Milhões são as pessoas que entenderam a interligação que há nesse mundo de tal forma que lutam para fazer algo bom, mesmo que para uma pequena região. O nosso problema, torna-se um problema mundial quando tratamos da corrupção política, da corrupção em uma empresa, o roubo de um lápis. o furto de uma bala. Pedir algo emprestado e não devolver. O ser humano consegue a maravilhosa arte de voar mas não consegue criar um filho, com senso moral e ético. Que tamanhas leis são fundamentais em um lugar passam a absolutamente nada em outro. Mas senso comum, de respeito e moral. Não falo nem de um lugar ter o uso de armas e noutro ser proibido mas qualificação do respeito comum. À religiosidade do indivíduo, à fé em algo maior, ao respeito ao pais, aos mais velhos, aos mais novos, ao patrimônio público e privado, ao que é alheio e claro, ao que não pensamos nos fazer mal, como um copo simples de plástico na praia. A natureza pode levar milhões de anos para se recuperar, mas eu tenho uma certeza: o homem vai mudar. Seja por bem, quer seja por mal. A interligação entre o homem e a natureza, reescrita diversas vezes nas artes hollywoodianas poderiam ser uma oportunidade para o consenso mundial de todos os líderes, não um G-20, mas sim poderia ser um G-193 pela política, G-206 pelas olimpíadas, ou mesmo um G-209 pela FIFA. Eu gostaria da ideia “G-200”. E cada um passaria a fornecer informações importantes sobre suas metas, seus ´óbices’, mas o problema seria de todos, pois as correntes marítimas levam o pior para os lugares mais deficitários e ajudá-los é uma obrigação de todos. “Ah, mas eu não tenho um limite marítimo!”. Mas e o que vai para sua mesa que venha dos mares? Se os mares perdem esses 99% das aves, haverá desequilibrio. Se morrem as abelhas que seja o mundo para … mas só para os humanos. O planeta ressurgirá, com ou sem nossa ajuda. Prefiro contar com o apoio incondicional dos nossos, pois somos inteligentes quando queremos. Não se trata mais apenas das guerras inúteis sobre a biodiversidade, as raças, etnias, religiões, economias. Trata-se do nosso maior bem, a água doce despejada diariamente nos mares. E o lixo reduzindo nossa maior fonte de alimento. Vamos mudar isso!! Natureza para todos!!

    Resposta

Deixe uma resposta

Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.