Após a onda de calor extremo que atingiu partes do Canadá e diversos estados da costa oeste dos Estados Unidos, agora autoridades locais precisam enfrentar os incêndios florestais. Este ano, eles começaram mais cedo e bombeiros estão tendo dificuldade em controlar o fogo. No Oregon, o incêndio de Bootleg (assim como furacões, eles também recebem nomes) é considerado atualmente o maior do país. As chamas já queimaram mais de 150 mil hectares. Milhares de moradores foram obrigados a abandonar suas casas.
O Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos divulgou hoje alertas sobre riscos de incêndios, que têm como principal combustível a seca extrema, ventos e raios, desde a região noroeste da Califórnia até o estado do Wyoming, passando por Nevada, Arizona e Washington. Mais de 7 milhões de pessoas vivem em alguma área que possui um alerta vermelho em vigor.
Como são mais de 60 incêndios florestais ativos no país, a fumaça deles começou a ser vista do outro lado dos Estados Unidos. Várias cidades da costa leste têm o céu nublado, com uma bruma opaca branca. A poluição chegou até Nova York e deve ficar sobre ela pelos próximos dias, até que uma frente fria chegue ali e dissipe as partículas do ar.
Em setembro do ano passado, um fenômeno igual aconteceu em São Francisco, na Califórnia, como mostramos nesta outra reportagem. O céu ficou alaranjado, tomado pela fumaça e as cinzas provenientes dos incêndios florestais. A cena mais parecia uma imagem de um filme de ficção. “O céu está diferente de tudo o que jamais vimos”, disse a prefeita da cidade na época.
Efeito da crise climática
Cientistas do clima afirmam que não há como descartar o papel da mudança climática no cenário atual. Análises apontam que ondas de calor extremo nos Estados Unidos ocorreram com mais frequência e duraram mais tempo desde a década de 1960. Segundo o Índice de Extremos Climáticos da NOAA, a área percentual do Noroeste do Pacífico que experimentou temperaturas recordes no verão aumentou drasticamente nos últimos 20 anos.
“No futuro, as ondas de calor deverão continuar a acontecer, ocorrer com mais frequência e por períodos mais longos devido às emissões de gases de efeito estufa“, alertam os pesquisadores da agência.
Gráfico acima mostra como as ondas de calor nos verões da costa oeste têm se tornado mais intensas e frequentes ao longo do último século
Imagem: National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) e vídeo NBC New York