Sempre quando pensamos em fotografia, nos vêm à mente imagens lindas, de lugares paradisíacos ou de pessoas que emanam alegria. Mas além de registrar o belo, fotojornalistas e a fotógrafos de natureza também carregam a responsabilidade de usar suas câmeras para mostrar o que muitos de nós não gostaríamos de ver.
É através desses registros que situações que acontecem, muitas vezes, longe de nós, chegam ao nosso conhecimento: a fome que tira a vida de crianças em países pobres, famílias destroçadas em zonas de conflito e a matança de animais nos quatro cantos do planeta.
Com o objetivo de chamar a atenção sobre este último tema, o fotógrafo e cineasta britânico Sean Gallagher lançou o projeto Everyday Extinction em duas plataformas digitais, no Instagram e no Facebook.
A iniciativa reúne, inicialmente, 25 fotógrafos internacionais para “falar” sobre biodiversidade e extinção das espécies. Mas novos colaboradores devem se juntar ao projeto nos próximos meses. Através de seus registros, saberemos mais sobre as causas, efeitos e soluções.
Atualmente, todos os anos, milhares de plantas, insetos, aves e anfíbios desaparecem do planeta. De acordo com historiadores, a Terra já passou por cinco grandes períodos de extinção. No último deles, o choque de um meteoro gigante teria provocado a morte dos dinossauros.
Cientistas acreditam que agora estamos na sexta era de extinção em massa. Mamíferos gigantes, os chamados grandes predadores, podem sumir. Baleias, tubarões, rinocerontes, elefantes, gorilas, tigres e leões simplesmente deixariam de existir nos mares, florestas e savanas do mundo.
O mais chocante, entretanto, é descobrir que o ser humano é o responsável por esta nova onda de extinção. A caça ilegal, a perda de habitat destes animais e o aquecimento global (todos provocados pela ação do homem) estão entre os grandes vilões desta triste realidade.
Gallagher acredita que o poder e a popularidade das mídias sociais podem ajudar a trazer o assunto para mais perto das pessoas.
Sean Gallagher vive há mais de uma década na Ásia. É especializado em meio ambiente e temas sociais. Formado em Zoologia, é colaborador de publicações como The New York Times, National Geographic News, CNN, The Atlantic e BBC News. Tem em seu portfólio diversos prêmios, Foi vencedor do Environmental Film of the Year, com o filme The Toxic Price of Leather. Ganhou ainda o Atkins CIWEM Environmental Photographer of the Year Competition em 2014.
Confira abaixo algumas das imagens divulgadas nas páginas do Instagram e Facebook do projeto Everyday Extinction:
Crânio de um macaco capuchinho da Colômbia, por Sebastian Di Domenico
Pássaro morto com um tiro, por Kieran Dodds
Elefante acorrentado no Nepal, por Patrick Brown
Restam menos de 7 mil cachorros selvagens na África, por Karine Aigner
20 a 30 mil elefantes africanos são mortos por ano, por David Chancellor
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Fotos: Shane Brown (imagem que abre este post) e demais creditadas no texto
muita dor…. mas necessaria…. excelente materia.
Parabéns pela reportagem Suzana!
As bestas humanas e seu prazer em destruir, sua ignorância, futilidade, ganância, tudo leva a extinções em massa, quem usa produtos dessas procedências se iguala, alimenta esses mercados dos horrores, falta de pessoal p/ fiscalizar, de leis severas, de interesse real das autoridades pelo mundo a fora… >:(
A raça humana é sem dúvida a espécie mais destruidora do planeta. Aqui no Brasil, movimentos que lutam pelo respeito , valorização e conservação da vida animal, são desconsiderados pelo poder público. Muitas vezes até pela população que infelizmente, acreditam-se como seres supremos e superiores. Ledo engano pq a mãe natureza, cedo ou tarde mostrará que não aceita ser dominada. Neste exato momento, existem parlamentares tacanhos querendo aprovar o que chamam ” caça esportiva” que trará a extinção avassaladora de muitas espécies únicas do território brasileiro. Tragicamente, grande parte do povo aplaude ou se omite. Thanatos está reinando soberano neste planetinha.
Dói demais ver essas tristes cenas, quanta dó dos animais.