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Foto de Amanaci, um dos símbolos dos incêndios no Pantanal, é destaque no Wildlife Photographer of the Year

Foto de Amanaci, onça que foi um dos símbolos dos incêndios no Pantanal, é destaque no Wildlife Photographer of the Year

Amanaci tem os olhos abertos. Mas ainda sem foco. Acabava de acordar de uma anestesia. Mais uma necessária para os vários tratamentos pelos quais ela passou. A imagem tocante dessa fêmea de onça-pintada, uma das milhares vítimas dos incêndios que destruíram o Pantanal, em 2020, acaba de receber a Menção Honrosa no Wildlife Photographer of the Year, o mais famoso concurso internacional de fotografia de vida selvagem, que divulgou seus vencedores esta semana.

O flagrante foi feito pelo fotojornalista italiano Alessandro Falco, que já teve trabalhos publicados no The New York Times, National Geographic, Die Zeit, CNN, GQ, Newsweek Japan e Al Jazeera. Um dos seus principais focos são os conflitos ambientais e sociais na Amazônia. Em 2016, uma série de fotos que fez sobre a seca no nordeste foi exibida pela ONU.

A imagem de Amanaci é mais um registro de todo o sofrimento pelo qual essa fêmea de onça-pintada passou. Ela foi resgatada por bombeiros numa casa, na região de Poconé, no Pantanal mato-grossense. Apresentava queimaduras de terceiro grau nas quatro patas. Estava em estado grave, pois tinha inalado bastante fumaça também.

No Instituto NEX No Extinction, em Corumbá do Goiás, para onde foi levada, Amanaci ficou em tratamento durante 70 dias. Neste período, foi submetida a aplicações de células-troncos para ajudar na cicatrização das feridas das patas, que ficaram em carne viva.

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Todavia, infelizmente, a extensão das lesões foi muito grande: os tendões que ela precisava para expor e usar as garras foram queimados, e sem elas, não conseguiria mais caçar para se alimentar sozinha na vida selvagem. Por isso, viverá pelo resto da vida no cativeiro.

No NEX ganhou um ambiente própria, assim como outros felinos que também não poderão retornar à natureza.

Em março de 2022 deu à luz a Apoena, fruto do acasalamento com o macho Guarani (leia mais aqui). A intenção era que o posteriormente o filhote, quando ficasse mais velho, fosse reintroduzido na vida livre. Contudo, em mais uma triste reviravolta, foi descoberta uma lesão irreversível nos olhos do filho de Amanaci, que impossibilitará sua soltura na natureza.

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Foto de abertura: Alessandro Falco / Wildlife Photographer of the Year

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