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Flagrante de onça-parda e três filhotes em passagem de fauna no Tocantins prova importância dessas travessias

Flagrante de onça-parda e três filhotes em passagem de fauna no Tocantins prova importância dessas travessias

A mãe caminha calmamente ao lado de seus três filhotes, que exploram a travessia de concreto no meio da mata. Na verdade, a família de onças-pardas (Puma concolor) estava passando por uma passagem de fauna construída sob a Ferrovia Norte-Sul, em Porto Nacional, no Tocantins. O vídeo, obtido por câmeras de monitoramento, foi compartilhado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recurso Naturais (Ibama).

Segundo o órgão, essa passagem e outras mais foram instaladas ao longo do empreendimento por exigência do licenciamento ambiental. As travessias foram construídas em locais que servem potencialmente como corredores de deslocamento de animais silvestres e dessa maneira, evitam possíveis atropelamentos e colisões com trens.

Além disso, a empresa responsável pela ferrovia, ficou obrigada a monitorar essas passagens com câmeras em aproximadamente 2 mil km de extensão, nos trechos de Estrela d’Oeste (SP) a Santa Helena de Goiás (GO), e de Anápolis (GO) a Porto Nacional.

“Ainda serão necessárias novas campanhas de monitoramento das passagens e da fauna bioindicadora durante a efetiva operação da ferrovia para se afirmar quais os exatos impactos à espécie na região do empreendimento”, explica Cristiane Lopes, analista ambiental do Ibama.

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A onça-parda é uma predadora no topo de cadeia alimentar, por isso circula por grandes áreas.

Passarelas: solução eficiente para evitar atropelamentos

Estima-se que mais de 470 milhões de animais silvestres morrem atropelados todos os anos no Brasil. Aos poucos, mais e mais, passagens e travessias de fauna começam a ser instaladas no país e provam sua importância para evitar acidentes.

Uma das primeiras a ser erguida foi em 2017, no Pará. A obra, uma determinação também do Ibama para a mineradora Vale, foi feita num novo trecho de rodovia planejado para escoar a produção de minério de ferro, no Ramal Ferroviário Sudeste do estado.

Três anos depois, foi a vez da população do mico-leão-dourado, no Rio de Janeiro, ganhar um corredor florestal para garantir a sobrevivência das próximas gerações da espécie, que já esteve à beira de extinção. Idealizado pela Associação Mico-Leão-Dourado, ao longo da BR-101, ao lado de reservas de Mata Atlântica, o projeto previu diversas passagens de fauna, como passarelas e viadutos, que conectam vários blocos de floresta (leia mais aqui).

Nos Estados Unidos, armadilhas fotográficas comprovaram também como essas estratégias são uma solução simples e eficaz para evitar atropelamentos e preservar espécies no entorno de rodovias. As imagens de uma câmera colocada num viaduto sobre uma rodovia interestadual que passa pelo Canyon de Parsley, em Utah, mostram veados, ursos, pumas e raposas caminhando pelo local, tranquilamente.

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