“Nossa atual economia de combustível fóssil atingiu seu limite”. Foi assim que Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, definiu a atual situação do bloco durante uma coletiva de imprensa ontem (14/07), em Bruxelas, na Bélgica, ao anunciar o novo e ambicioso plano do continente para enfrentar a crise climática. O principal objetivo a ser alcançado é reduzir em 55% as emissões de gases de efeito estufa até 2030, em comparação os níveis de 1990. O sonho é tornar a Europa “o primeiro continente carbono neutro do mundo”.
Para conseguir isso, entre as principais metas a serem acordadas pelos 27 países membros da União Europeia estão o fim da comercialização de veículos novos movidos a combustíveis fósseis (gasolina e diesel) até 2035, um imposto sobre combustível para aviação e a criação de uma taxa de importação sobre produtos provenientes de países com leis ambientais mais “flexíveis”.
No setor energético, a comissão propõe aumentar a participação das fontes renováveis na produção atual para 40% até o final dessa década. Existe a expectativa também que sejam criados 160 mil novos postos de trabalhos ligados ao chamado “green building”, área da construção civil focada em técnicas mais sustentáveis.
Será criado ainda um fundo de 72,2 bilhões de euros, cerca de 433 bilhões de reais, ao longo de sete anos, para financiar a renovação de edifícios e acesso à mobilidade com emissões zero ou baixas emissões.
Faz parte do Plano Verde da União Europeia também a restauração de florestas, solos e diversos outros ecossistemas para aumentar a absorção de CO2 (gás carbônico, apontado como um dos principais gases responsáveis pelo aquecimento global), assim como tornar o meio ambiente mais resiliente às mudanças climáticas.
Agora o pacote precisa ser negociado entre os países-membros do bloco e em seguida, aprovado pelo Parlamento Europeu.
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Imagem: reprodução Facebook European Commission