Imagine você estar mergulhando e quando liga a sua câmera para começar a filmar dá de cara com uma água-viva redonda, maior do que uma bola de futebol, com desenhos belíssimos no corpo e nadando rapidamente ao seu lado… Pois foi exatamente isso que aconteceu com Dorian Borcherds, em dezembro do ano passado, na costa de Papua Nova Guiné, no sudoeste do Oceano Pacífico.
E Borcherds, que é proprietário de uma empresa de mergulho e pratica essa atividade há mais de 20 anos, não viu apenas uma dessas criaturas, mas três ou quatro.
Na época, ele compartilhou o vídeo com a dança deslumbrante e escreveu: “Vi um novo tipo de água-viva enquanto mergulhava hoje. Tem marcações legais e é um pouco maior que uma bola de futebol. Elas nadam bem rápido”.
Intrigado com o encontro, o mergulhador ficou curioso para saber que espécie de água-viva era aquela e então decidiu pedir ajuda para sua esposa, na África do Sul. Borchers encaminhou o vídeo e como ela não conseguiu encontrar nenhuma pista num aplicativo de águas-vivas, baixou as imagens lá.
Meia hora depois a mulher recebeu um telefonema de uma especialista nesses animais. Lisa-ann Gershwin trabalha no Australian Marine Stinger Advisory Service, e inicialmente, achou que a água-viva observada em Papua Nova Guiné era da mesma espécie de uma avistada na década de 90 na Grande Barreira de Corais, a Chirodectes maculatus.
Todavia, após fazer uma análise quadro-a-quadro do vídeo, ela acredita ser uma nova espécie.
“Ah, isso é demais! Devo dizer que, de todas as minhas novas espécies com as quais trabalhei, esta é sem dúvida uma das minhas favoritas!! Não é espetacular?!?!?!?! É enorme. É muito estranha. Provavelmente é venenosa. Como não amar? Foi fotografada por Dorian Borcherds e me chamou a atenção através do #TheJellyfishApp. Um exemplo fantástico de #CitizenScience e um exemplo esplêndido das coisas maravilhosas que ainda podem ser descobertas em cantos e recantos de lugares distantes! Isso me faz querer chegar a Kavieng e explorar agora mesmo!”, disse Lisa em suas redes sociais.
Vale lembrar que a descrição de uma nova espécie, em geral, leva bastante tempo e o ideal é que sempre se tenha um espécime para ser analisado. Quando soubermos de novidades, contamos aqui!
*Com informações dos sites ABC Australia e The Guardian
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Foto: reprodução do vídeo/ Dorian Borcherds