O fotógrafo brasileiro Fernando Faciole estava entre os 36 finalistas do prestigiado Environmental Photography Award 2024, prêmio de fotografia oferecido pela Fundação Príncipe Albert II de Mônaco, que destaca a beleza e a importância do meio ambiente (contamos aqui).
Concorria ao título de Fotógrafo Ambiental do Ano, às categorias Into the Forest (Dentro da Floresta) e Change Makers: Reasons for Hope (Agentes de Mudança: Razões para Esperança) – que destaca os esforços e ações implementadas globalmente por comunidades e organizações que ajudam a construir um mundo mais sustentável e uma relação mais harmoniosa entre o homem e a natureza – e ainda disputava o reconhecimento do público pela votação popular.
Hoje, foram divulgados os vencedores e a alegria é gigante!
Sua belíssima imagem, que registra a soltura de uma fêmea de tamanduá-bandeira numa noite chuvosa no Cerrado (ela foi capturada para exames pela equipe do projeto Bandeiras e Rodovias, do ICAS), ganhou a preferência do público com seis mil votos e também ficou em terceiro lugar na categoria Agentes de Mudança. É pra celebrar muito!
“Uma fêmea de tamanduá-bandeira é devolvida ao seu habitat após passar por uma série de exames cardíacos no Cerrado brasileiro. O animal, previamente monitorado, teve seu coração analisado durante expedição que visava definir o que constitui um coração saudável para indivíduos selvagens dessa espécie”, conta Faciole em sua apresentação para o prêmio.
“Os investigadores acreditam que esta informação será crucial para o diagnóstico de disfunções cardíacas em cativeiro, uma das principais ameaças a estes animais mantidos em recintos”.
“Ao fundo, estão Arnaud Desbiez, fundador do Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS), e o veterinário Rafael Ferraz do projeto parceiro TamanduAsas. Quando a chuva começou a cair forte, Hanna se recuperou rapidamente da sedação e pôde seguir direto para a floresta”.
Exposição e livro
Na bela paisagem do Passeio Larvotto, no Principado de Mônaco, a foto de Faciole integra a exposição das vencedoras, “imagens de tirar o fôlego, que capturaram corações e mentes dos participantes”, como declara a fundação em seu Instagram.
A exposição percorrerá outras cidades, pelo mundo, ainda a serem definidas. E, em breve, as fotos vencedoras também estarão reunidas em livro.
Nesta quarta edição, o prêmio recebeu mais de 11 mil imagens de mais de 2.600 fotógrafos de diversas partes do mundo, tanto profissionais como amadores. “Somos inspirados pelo esforço coletivo para aumentar a conscientização ambiental através das lentes da fotografia”, declara a organização.
O objetivo da fundação, com esta iniciativa, é premiar fotógrafos que fazem bom uso da sua criatividade na sensibilização para a proteção ambiental. Assim, todos os participantes são convidados a refletir sobre a relação da humanidade com a naturezae a inter-relação entre a saúde humana e a saúde planetária. Os escolhidos desta edição provam que a missão foi cumprida, com excelência.
Ficou interessado em participar ou indicar para algum amigo? As inscrições para a edição de 2025 serão abertas em 3 de setembro e irão até 3 de novembro.
Fotógrafo Ambiental do Ano
O grande vencedor do Environmental Photography Award 2024 foi o jornalista ambiental e cineasta Aaron Gekoski, com a foto See No Evil (Não vejo nenhum mal), que também recebeu uma bolsa de € 5 mil (mais de 33 mil reais), além do convite para uma viagem para a Estação de Pesquisa Amazônica da Universidade do Equador, no coração da selva equatoriana.
A imagem comovente de um orangotango fotografado em uma atração turística de vida selvagem em Bangkok também ficou em primeiro lugar na categoria Humanidade versus Natureza, que busca revelar a relação conflituosa entre o ser humano e a natureza e o impacto negativo das atividades humanas no meio ambiente.
“Os orangotangos são comumente usados em apresentações em toda a Ásia. Aqui, no Safari World, eles têm que realizar uma série de rotinas, como ‘dançar’ de biquíni e brigar entre si. Após os shows, eles são participam de sessões fotográficas”, conta Aaron.
“Ao fundo, vemos os Três Macacos Sábios – não vemos o mal, não ouvimos o mal, não falamos o mal – simbolizando como ignoramos as crueldades inerentes a estas atividades. Para abastecer atrações como essas, orangotangos são frequentemente roubados da natureza, e suas mães são mortas no processo”.
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Foto: arquivo pessoal