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Estudante do Piauí ganha prêmio internacional com dispositivo de baixo custo para monitorar qualidade da água

Estudante do Piauí ganha prêmio internacional com dispositivo de baixo custo para monitorar qualidade da água

Desde criança Manoel José Nunes Neto foi apaixonado por robótica e eletrônica. Em casa, ele desmontava os próprios brinquedos para entender como funcionavam. Com o passar do tempo, à medida que crescia, o jovem do Piauí começou a aprimorar seu conhecimento nessas áreas e tendo ideias para criar novos projetos.

Mais recentemente, ao assistir reportagens na televisão sobre o impacto dos resíduos da mineração na água usada por comunidades indígenas e ribeirinhas e ainda, a poluição de um rio com dejetos de uma usina de açúcar, que provocou a morte de toneladas de peixes, Manoel decidiu desenvolver um equipamento de monitoramento da qualidade da água.

“O rover é um barco autônomo que funciona como uma sentinela”, contou o estudante ao Conexão Planeta. “Movido com energia solar, ele fica por um tempo indeterminado, em um rio ou lago, verificando todo o perímetro e enviando todas as informações para um celular ou computador. E se ele encontrar alguma suspeita de contaminação, ele já envia o alerta para a pessoa ou órgão responsável por aquela área.”

Segundo Manoel, o dispositivo também pode ser utilizado em tanques de piscicultura, por exemplo. Ele afirma que uma das principais vantagens do rover é seu baixo custo, já que em geral equipamentos para o monitoramento de água são caros. Para a fabricação do protótipo ele investiu R$ 1,5 mil.

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“Usei peças recicladas de computadores antigos na produção do rover, pois pensei que não tinha sentido fazer um projeto para proteger a natureza e ao mesmo tempo estar degradando o meio ambiente”, diz ele.

Estudante do Piauí ganha prêmio internacional com dispositivo de baixo custo para monitorar qualidade da água
O rover em funcionamento: equipamento de baixo custo para o monitoramento da água
Foto: acervo pessoal

Emoção ao conquistar o prêmio internacional

Ao perceber o interesse de Manoel pela eletrônica e robótica, um de seus professores, Victor Eduardo Carvalho, começou a estimulá-lo a participar de feiras de ciências. Foi assim que o estudante do Colégio São Francisco de Sales Diocesano, de Teresina, inscreveu seu projeto do rover na etapa nacional do Stockholm Junior Water Prize, Prêmio Jovem da Água de Estocolmo 2024, promovido pelo Stockholm International Water Institute, da Suécia.

A premiação mundial busca reconhecer o trabalho de jovens, entre 15 e 20 anos, que desenvolveram projetos escolares com potencial de solucionar desafios relacionados à água, ao meio ambiente e à sustentabilidade.

Pois em junho desse ano, o projeto do rover de Manoel foi o campeão da etapa nacional e selecionado para concorrer com outros, de 40 países, na grande final, realizada durante a Semana da Água, no final de agosto, em Estocolmo.

E pra grande alegria do jovem cientista brasileiro, sua invenção recebeu quase 500 mil votos e conquistou o primeiro lugar no People’s Choice Award, a votação popular do concurso.

“É uma emoção que eu não consigo explicar. São vários sentimentos. Quando falaram ‘Brasil’, eu só comecei a chorar”, relembra Manoel.

Estudante do Piauí ganha prêmio internacional com dispositivo de baixo custo para monitorar qualidade da água
Manoel apresentando seu projeto em Estocolmo
Foto: acervo pessoal

De agora em diante o estudante está focado na preparação para o Enem, pois quer estudar engenharia elétrica na universidade. “Pretendo continuar com meus estudos científicos e um dos meus sonhos é conseguir uma parceria com algum órgão público ou privado para a implementação do projeto do rover em rios e lagos”, revela.

Em 2021, outro estudante brasileiro também conquistou o mesmo prêmio do Stockholm Junior Water Prize. Gabriel Fernandes Mello Ferreira, de Itajaí (SC), criou um sistema que filtra microplásticos na água.

No Brasil, a premiação é promovida pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES), por meio do Programa Jovens Profissionais do Saneamento (JPS), e pela Câmara Brasileira de Comércio na Suécia (Brazilcham Sweden). 

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Foto de abertura: Mayara Chiarello, cortesia da Brazilcham Sweden

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