Há poucos dias, centenas de baleias-piloto foram encontradas na areia e na água próximo da orla da praia de Ocean Beach, na costa da Tasmânia, como contei nesta outra reportagem. Logo após a descoberta do encalhe, imediatamente equipes de resgate rumaram para o local para tentar salvar os animais que ainda estavam vivos.
Segundo comunicado do Department of Natural Resources and Environment Tasmania Marine Conservation Program (MCP), órgão responsável pela conservação da vida marinha, das 232 baleias encalhadas, conseguiu-se levar apenas 32 delas de volta para águas mais profundas.
“Infelizmente, uma das baleias encalhadas que ainda estava viva na areia morreu nas últimas horas e outra, teve que ser sacrificada por razões de bem-estar animal”, afirmou Brendon Clark, envolvido na operação de resgate. “A prioridade hoje voltar a encaminhar algumas das baleias que voltaram às águas mais rasas durante a noite, antes que a equipe comece a se concentrar na remoção e operações de eliminação de cerca das 200 mortas”.
O acidente desta semana aconteceu exatamente dois anos após uma tragédia igual ter ocorrido no mesmo lugar, em 2020, quando quase 400 baleias-pilotos morreram da mesma forma.
Especialistas acreditam que esses encalhes são naturais, já que não são incomuns na Tasmânia, ilha localizada ao sul da Austrália. Em 2009, quase 200 também ficaram presas nessa mesma área.
Espécie do grupo dos golfinhos, as baleias-pilotos (Globicephala) podem chegar a ter mais de 7 metros de comprimento e pesar até 3 toneladas.
Como vivem em grandes grupos, sempre seguindo um líder, a matriarca, a suspeita é que caso a fêmea se perca ou rume a águas superficiais, todas as outras baleias têm o mesmo destino.
Esses cetáceos podem ser observadas no mundo todo, em mares tropicais à temperadas quentes, sobretudo, em alto mar e ilhas insulares, em águas de grande profundidade, com o o caso de Fernando de Noronha, no Brasil.
Fotos: MCP/cortesia NRE Tas