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Em duas horas, mais de 150 baleias são mortas em novo massacre nas Ilhas Faroé

Em duas horas, mais de 150 baleias são mortas nas Ilhas Faroé

Em novo massacre da vida selvagem, 156 baleias-piloto foram encurraladas covardemente e mortas em mais um grindadráp, ou simplesmente grind, o abate legal e promovido pelo governo das Ilhas Faroé, que conta com a participação de pescadores e moradores. A matança aconteceu na baía de Suðuroy, na segunda-feira (24/07).

“Os faroenses estão comemorando o sucesso do grind devido ao bom número de barcos e pessoas na praia, ajudados pelo bom tempo. Nossa perspectiva é bem diferente… Demorou cerca de 2 horas para matar todos os 156 – do primeiro ao último”, lamentou a Captain Paul Watson Foundation do Reino Unido em seu perfil no Instagram.

Desde o início dessa temporada do grind, mais de 600 baleias-piloto (Globicephala macrorhynchus) já foram mortas. A espécie é do grupo dos golfinhos, mas pelo seu grande tamanho, pode chegar a 7,3 metros de comprimento e pesar mais de 3 toneladas, é chamadas popularmente de baleia. 

As Ilhas Faroé são um território autônomo da Dinamarca, localizado no Atlântico Norte entre a Escócia e a Islândia. O grind é considerado uma tradição milenar iniciada pelos povos Vikings e promoveria a cultura e o senso de comunidade entre os moradores e também, forneceria alimento (a carne das baleias), estocada durante vários meses.

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Há anos a comunidade internacional e organizações de proteção animal protestam contra essa atividade revoltante.

Para matar as baleias, o governo anuncia quando avista algum grupo perto da costa. A partir daí barcos as encurralam e as forçam a ir até uma baía. Lá, quando encalham na água, são esfaqueadas.

As “regras” oficiais determinam que o abate dos animais deveria ser rápido e sem sofrimento. Os envolvidos na prática precisam fazer curso e ter uma licença. Mas a organização internacional, que acompanha essa “atividade” há anos, denuncia irregularidades e a matança desnecessária de um número enorme desses cetáceos.

A Captain Paul Watson Foundation do Reino Unido (antiga Sea Shepherd UK) tem acompanhado as matanças em regiões próximas, ainda em águas internacionais. As equipes não podem intervir ou chegar perto, caso contrário podem ser presas e deportadas. Mas a organização faz o papel importantíssimo de divulgar informações e fotos, mesmo que chocantes, para que o mundo saiba o que acontece lá.

Recentemente uma companhia de cruzeiros Ambassador Cruise Line que chegava nas Ilhas Faroé pediu desculpas publicamente porque, ao se aproximar do porto de Torshavn, os turistas foram defrontados com as imagens brutais, ao vivo, das baleias mortas.

“Ficamos extremamente desapontados com a ocorrência dessa caçada, principalmente no momento em que nosso navio estava no porto, e pedimos nossas sinceras desculpas a todos aqueles a bordo que podem ter testemunhado essa ocorrência angustiante”, disse a empresa em comunicado.

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Imagens de um grind realizado em junho
(Foto: divulgação Captain Paul Watson Foundation UK)

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Foto de abertura: divulgação Captain Paul Watson Foundation UK

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