As cenas são de uma catástrofe. Como se um furacão tivesse passado e levado tudo o que encontrava pela frente. Até este momento já foram contabilizadas mais de 200 mortes, vítimas da chuva torrencial que caiu na região de Valência, no leste da Espanha, na terça-feira (29/10). As autoridades locais acreditam que o número de óbitos deve ser ainda maior, pois ainda há muitos desaparecidos.
Em poucas horas, caiu o equivalente a um ano de chuva em algumas áreas – em Chiva foram registrados 491 litros de precipitação por metro quadrado em oito horas. A tempestade teve ainda tornados e vento forte. A Agência Meteorológica Espanhola classificou a tragédia como “a mais adversa do século na Comunidade de Valência”.
As ruas das cidades atingidas estão cobertas de lama e há carros empilhados por todos os lados, que foram sendo carregados pela força da água. Casas foram inundadas e algumas, completamente destruídas. As viagens de trem para Madrid e Barcelona estão suspensas.
Essa já é considerada a maior enchente da história da Espanha e o governo declarou três dias de luto oficial.
O fenômeno que aconteceu na região de Valência é chamado por meteorologistas espanhóis de Dana, Depressão Isolada em Altos Níveis. Ele acontece quando uma massa de ar polar circula em altitudes muito elevadas (entre 5.000 e 9.000 metros) e colide com o ar mais quente e úmido do Mar Mediterrâneo.
“Não é apenas uma Dana: é uma escalada de eventos extremos para uma atmosfera enlouquecida“, afirmou Ernesto Rodriguez Camino, membro da Sociedade Meteorológica da Espanha, em entrevista ao jornal El Diario. “Eventos desse tipo, que costumavam ocorrer com muitas décadas de intervalo, agora estão se tornando mais frequentes e sua capacidade destrutiva é maior”.
*Com informações da Agência de Notícias Reuters e BBC News
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Foto de abertura: RS/Fotos Públicas