Após a morte misteriosa de mais de 300 elefantes no Zimbábue em 2020, a espécie enfrenta uma nova catástrofe. Dezenas de animais foram encontrados sem vida por causa da seca no Parque Nacional de Hwange. Sem água para beber, eles estão morrendo de sede. A informação foi divulgada pelo Departamento de Parques e Vida Selvagem do país.
Localizado no sudeste do continente africano e sem conexão com o mar, o Zimbábue enfrenta um grave período de seca, agravado pelo fenômeno natural El Niño, que faz com que as águas do Oceano Pacífico fiquem mais quentes, causando mudanças nos padrões climáticos globais, entre elas, a redução de chuvas, como a que ocorreu na Amazônia brasileira este ano.
A situação no Parque Nacional de Hwange é ainda mais grave porque não há nenhum rio que passa por ele. Os elefantes dependem de poças de água formadas pelas chuvas.
Para tentar minimizar a situação, poços artificiais estão sendo escavados e funcionando com energia solar, mas não há água suficiente para atender a demanda dos 45 mil elefantes que vivem na região – um animal precisa de cerca de 200 litros de água por dia.
Apesar da estação chuvosa no Zimbábue acontecer entre novembro a março, este ano houve pouquíssima precipitação e a previsão do sistema meteorológico do país é que em 2024 o quadro se mantenha igual.
Há relatos de que manadas de elefantes do Zimbábue atravessaram a fronteira com Botsuana em busca de água.
O elefante africano é considerado o maior animal terrestre da Terra, com uma altura de até 4 metros, com presas que chegam a 6 metros de comprimento – em alguns machos elas são tão grandes que arrastam no chão.
Estima-se que a população de elefantes africanos foi reduzida em 30% nos últimos anos. Aproximadamente 144 mil desses animais foram mortos entre 2007 e 2014, sobretudo, por causa da caça criminosa para a retirada do marfim de suas presas para alimentar o comércio ilegal da Ásia, que movimenta milhões de dólares por ano.
*Com informações da Agência Reuters de Notícias
Foto de abertura: Chris Stenger/pixabay