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Descobertas quatro novas espécies de polvos em águas profundas da Costa Rica

Descobertas quatro novas espécies de polvos em águas profundas da Costa Rica

Em junho do ano passado, pesquisadores do Schmidt Ocean Institute anunciaram a descoberta de novos berçários de polvos no fundo do mar na Costa Rica: até então, só três eram conhecidos no mundo todo. Agora, meses depois, após análises feitas em laboratórios de animais coletados no local, os pesquisadores revelam que pelo menos quatro espécies desses cefalópodes são novas para a ciência, ou seja, nunca antes foram encontradas ou descritas.

Um dos novos polvos é uma espécie de Muusoctopus – já havia uma suspeita anterior – e será batizada de Dorado Octopus em homenagem ao local inicial da descoberta, um pequeno afloramento rochoso não oficialmente chamado Colina El Dorado.

Os polvos encontrados a mais de 2.800 metros abaixo da superfície do mar, onde há abundância de águas termais, são de porte médio e não possuem o saco de tinta, usada como estratégia de defesa para confundir e repelir predadores.

Segundo os pesquisadores do Schmidt Ocean Institute, das quatro novas espécies da Costa Rica, apenas uma foi observada chocando seus ovos em fontes hidrotermais. “A descoberta acrescenta evidências de que o gênero Muusoctopus evoluiu para chocar os seus ovos em fontes quentes no fundo do mar”, destacam.

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Descobertas quatro novas espécies de polvos em águas profundas da Costa Rica

Um pequeno polvo nada logo após a eclosão
(Foto: ROV SuBastian)

Com um sistema nervoso bastante complexo, os polvos são criaturas de hábitos solitários e apresentam uma habilidade invejável para se camuflar e se esconder. Possuem 90% do corpo composto por músculos e, como não têm ossos, podem passar por espaços muito pequenos. Sua pele contém células chamadas cromatóforos que permitem que o polvo mude de cor e padrão.

A exploração na área de El Dorado revelou ainda cinco montanhas marinhas desconhecidas e uma riquíssima diversidade de animais, entre elas, várias espécies que podem ser novas para a ciência.

“O impacto dessas expedições na compreensão das águas profundas do Pacífico da Costa Rica durará no futuro e, esperançosamente, criará uma consciência que evolua para políticas para proteger o mar profundo do país”, ressalta Jorge Cortés, pesquisador da Universidade da Costa Rica. “Espero que a expedição sirva de inspiração para as novas gerações. Precisamos de mais colaborações internacionais para promover o conhecimento da nossa herança em águas profundas”.

*Com informações e entrevistas contidas no texto do Schmidt Ocean Institute

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Foto de abertura: ROV SuBastian / Schmidt Ocean Institute

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