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Descoberta de fóssil revela existência de um verme carnívoro como do filme “Duna”

Pra começar é bom já deixar bem claro: não, o verme descoberto entre fósseis na Inglaterra não era gigantesco e media cerca de 10 centímetros. Mas suas características, como ser carnívoro e se locomover embaixo da areia, fizeram os pesquisadores envolvidos em sua descrição lembrarem do temido monstro da história de ficção científica Duna, baseada no livro de Frank Herbert e que ganhou uma primeira versão cinematográfica em 1984 e uma regravação em 2021, com uma segunda parte exibida este ano.

Em Duna, os vermes de areia vivem no planeta Arrakis. Eles são chamados pelos Fremen de Shai-Hulud. São atraídos para a superfície por batidas no solo e o caminhar ritmado dos seres humanos.

Já os vermes encontrados no Reino Unido, existiram realmente há aproximadamente 425 milhões de anos. Batizado de Radnorscolex latus, seus fósseis foram achados em uma antiga pedreira, região essa que num passado muito distante ficava embaixo do mar.

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Segundo o paleontologista Richie Howard, curador de Artrópodes Fósseis do Museu de História Natural de Londres, apesar do pequeno tamanho do animal, esse era um verme predador que tinha uma maneira verdadeiramente aterrorizante de engolir presas que vagavam muito perto do fundo do mar durante o Período Siluriano.

“Eles tinham uma garganta retrátil coberta por fileiras de dentes afiados que saía para fora para capturar a presa”, diz ele. “Achamos que eles não eram muito exigentes quando se tratava de alimentação e provavelmente apenas enfiavam a garganta na lama e pegaram qualquer coisa que pudessem encontrar. Eles certamente fazem você pensar no verme da areia de Duna ou nos Xenomorfos de Alien!”

O fóssil do Radnorscolex latus foi escavado originalmente em 1920, contudo ficou sem ser propriamente estudado por mais de um século. Mas com o uso de tecnologias modernas, como escaneamento digital em 3D, os pesquisadores conseguiram identificar, por exemplo, como esse verme se locomovia embaixo da areia.

“Eles tinham no topo de suas cabeças fileiras de espinhos voltados para trás, que acreditamos que eram usados como uma âncora para cavar o solo e depois arrastar o corpo com a ajuda de anéis de músculos que se moveriam para dentro e para fora, como um acordeão, para impulsioná-lo para frente”, revela Howard.

A descrição do verme pré-histórico pode se lida, em inglês, no artigo científico publicado na Papers in Palaeontology.

O verme provavelmente se alimentava de invertebrados que vagavam pelo fundo do mar
Foto: © Howard et al. 2024

*Com informações e entrevista contida no texto divulgado pelo Natural History Museum

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