A lei do mundo animal. Se defendem aqueles que são ameaçados e sobrevivem os mais fortes.
Foi exatamente o que aconteceu na semana passada no Parque Nacional Kruger, na África do Sul. Quatro caçadores de rinocerontes (criminosos que matam esses animais para tirar seus chifres) entraram ilegalmente no parque, mas foram surpreendidos por um elefante. Um dos homens foi pisoteado e morreu. Os demais decidiram então deixar o corpo em uma estrada, enquanto fugiram.
Os caçadores acabaram sendo presos pela polícia e a família do homem morto foi notificada. Todavia, quando tentou-se encontrar o corpo, uma surpresa.
“Evidências no local sugerem que um bando de leões devorou os restos mortais, deixando apenas um crânio humano e um par de calças”, divulgou em comunicado, Glen Phillips, da administração do Parque Nacional Kruger.
Além disso, ele deu os pêsames à família do caçador morto, de forma bastante irônica.
“Entrar no Parque Nacional Kruger ilegalmente e a pé não é sábio, tem muitos perigos e este incidente é prova disso. É muito triste ver as filhas do falecido lamentando a perda de seu pai, e pior ainda, só conseguindo recuperar muito pouco de seus restos mortais.”
Em julho do ano passado, outro acidente igual ocorreu. Caçadores de rinocerontes também foram devorados por leões na África do Sul. Restos mortais de duas ou três pessoas foram encontrados na Reserva Sibuya, próxima da cidade de Kenton-on-Sea, no sudeste do país. Ao lado do que sobrou dos corpos, foram achados rifles de alta potência e machados, usados para a retirada de chifres de rinocerontes.
Rinocerontes: espécie em extinção
Existem cinco espécies de rinocerontes, três na Ásia e duas na África subsaariana: de java, de sumatra, indiano, negro e branco. Este último, é dividido em duas subespécies, o branco do norte e o branco do sul.
No passado, os rinocerontes brancos do norte eram encontrados em regiões de países como Uganda, Congo, Sudão. Eram cerca de 2 mil indivíduos livres na natureza na década de 60.
Mas a crescente demanda pelas suas presas, comercializadas na China e no Vietnã como remédios, faz com que eles sejam mortos por traficantes. O quilo do chifre do rinoceronte chega a ser vendido por até 50 mil dólares.
Nos anos 80, foi decretado que a espécie estava em vias de extinção.
No começo de 2018, Sudan, o último rinoceronte branco do norte morreu. Com 45 anos, ele era o único macho sobrevivente da espécie no planeta. Agora restam somente sua filha Najin e sua neta, Fatu, as últimas fêmeas da espécie.
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Foto: Parque Nacional Kruger
Quem procura acha, ele achou.
Olhammm não sinto pena de caçadores. Um dia do caçador, outro da caça.
Parabéns Suzana Camargo. Sou Embaixador da International Save The Rhinos no Brasil e suas matérias acerca da vida e preservação dos rinocerontes são excelentes, pertinentes e de impactos positivos. Continue nos enriquecendo com tão importantes informações e publicações!
Prezado Eduardo,
Muito obrigada pela mensagem. Estamos sempre à disposição para divulgar qualquer iniciativa ou notícia sobre a conservação dos rinocerontes.
E parabéns a você também pelo engajamento com a causa.
Abraço,
Suzana