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Couro de pirarucu brasileiro ganha prêmio internacional

Couro de pirarucu brasileiro ganha prêmio internacional

O pirarucu (Arapaima gigas) é o maior peixe de água doce e de escamas do mundo. Espécie nativa da Bacia Amazônica, ou seja, ele só é encontrado em lagos, remansos de rios, meandros abandonados e várzeas dos principais afluentes do Amazonas e em nenhum outro lugar do mundo. Por isso mesmo, é considerado um dos peixes símbolos da região.

Podendo ter até três metros de comprimento e pesar 250 quilos, até há muito pouco tempo, sua pele era simplesmente descartada por pescadores. “O pirarucu tem uma segunda pele interna, que o pescador retirava para embalar a carne e deixá-la com um aspecto uniforme. Esse processo não tinha influência prática nenhuma sobre a carne, exceto estética, e ainda provocava furos no couro, que prejudicavam ou mesmo inviabilizavam seu uso por curtumes”, explica o empresário Eduardo Filgueiras, sócio do curtume Nova Kaeru.

Pois graças ao trabalho de de conscientização e manejo sustentável junto à comunidades pesqueiras, o couro produzido pela Nova Kaeru foi premiado na Première Vision Paris 2017, feira internacional que destaca os melhores e mais inovadores materiais do mercado da moda.

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Ao entregar o prêmio ao curtume brasileiro, Gel Ceccarelli, coordenadora de pesquisa e desenvolvimento da italiana Salvatore Ferragamo, um dos maiores ícones mundiais do mundo fashion, ressaltou a importância do desenvolvimento de um couro sustentável, como o do pirarucu, que pode ser usado na produção de uma grande variedade de artigos e substituir o bovino.

Couro de pirarucu

Foi em 2008 que a empresa de Filgueiras iniciou um programa com populações indígenas e ribeirinhas da Amazônia que persiste até hoje, compartilhando conhecimento sobre o valor que pode ser gerado com uma esfola (retirada da pele) adequada do peixe, preservando a segunda camada sob o couro.

A Nova Kaeru não é pioneira neste setor. Já havíamos mostrado aqui, neste outro post do Conexão Planeta, o trabalho de outros curtumes do país e até, o destaque que marcas nacionais como a Osklen deram à pele do pirarucu.

Este não foi o primeiro reconhecimento internacional da Nova Kaeru, que tem sede na cidade de Três Rios, no Rio de Janeiro. Em 2012, a indústria conquistou o prêmio de melhor Couro Exótico, em Hong Kong, na maior feira mundial do segmento.

Banqueta decorada com couro do peixe amazônico

Atualmente, todo pirarucu comercializado no país deve vir de manejo regulamentado pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) ou de criação em cativeiro. No passado, a sobrepesca reduziu tanto a população da espécie, a ponto de a captura ser proibida.

Pirarucu, o maior peixe de água doce do mundo

Fotos: divulgação Nova Kaeru e Jin Kemoole/Creative Commons/Flickr (pirarucu)

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Jorge Ferreira
Jorge Ferreira
6 anos atrás

Sou brasileiro mas trabalho para o governo americano há 16 anos e moro aqui há 30. Muito bom ver notícias boas sobre o pirarucu, projeto de dessalinização e limpeza de água e outras coisas que não tenho acesso na mídia americana. Quanto a mídia brasileira, está muito tomada em relatar a roubalheira e falta de ética profissional dos políticos e empresários brasileiros. Parabéns pelas reportagens divulgadas.

Celso Miyasato
Celso Miyasato
6 anos atrás

Esta reportagem e um estimulo a pesca do pirarucu. Com o consumo crescente de carne vermelha, nunca vai faltar couro de bovinos.

Alexandre Faria
Alexandre Faria
5 anos atrás

Olá Suzana! Parabéns pela matéria! Você sabe me informar se estão conseguindo comercializar o couro do pirarucu para a Europa?

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