As buscas a Wilson foram interrompidas. O pastor belga fez parte do grupo de dez cães que ajudou a encontrar as quatro crianças indígenas resgatadas na Amazônia colombiana, que sobreviveram 40 dias na floresta após a queda de um avião. O animal se perdeu na mata e estava desaparecido desde 18 de maio.
“Usamos absolutamente todos os recursos, não poupamos esforços, usando todas as capacidades humanas e tecnológicas”, disse Pedro Sánchez, comandante de operações especiais das Forças Armadas da Colômbia, em entrevista à rede Caracol.
Wilson auxiliou na descoberta dos destroços da aeronave e dos corpos dos três adultos que morreram, entre eles, a mãe dos irmãos, a líder indígena da etnia Huitoto, Magdalena Mucutuy. Os cães acharam ainda indícios da sobrevivência das crianças, como uma mamadeira e pegadas.
Todavia, o pastor que já tinha participado de outras missões junto com os militares, acabou se perdendo na floresta de densa vegetação. As crianças, entretanto, relataram que estiveram com Wilson. Ele teria ficado com elas durante algum tempo. Contudo, os irmãos disseram que o animal parecia bastante magro e confuso.
Há duas semanas os militares informaram que o cão tinha sido avistado por duas vezes pelas equipes de resgate. Ele chegou a estar a 15 metros de distância deles, todavia, parece arisco e fugiu. O cão não obedecia aos comandos dos cuidadores (leia mais aqui).
Entre as táticas utilizadas para tentar atrair Wilson estavam a oferta de carne na mata. Mas nada adiantou.
“Wilson é um símbolo de um membro das Forças Armadas que não regressou depois de uma missão. Honraremos ele e todos os cães que perderam a vida protegendo os colombianos”, afirmou Sánchez.
Esta semana, o presidente da Colômbia Gustavo Petro concedeu medalhas de honra militar para os integrantes da equipe de resgate e aos indígenas que encontraram as quatro crianças.
“Mais do que as medalhas, que são simbólicas… A maior recompensa é chamada vida”, ressaltou Petro durante a cerimônia em Bogotá, ao entregar a medalha da Ordem de Boyaca, a segunda maior distinção nas Forças Armadas e a mais alta para civis.
Wilson também foi lembrado e agraciado, mesmo que ausente, com a homenagem. Segundo Sanchés, será construído um monumento será construído para lembrá-lo.
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Foto de abertura: divulgação Forças Militares da Colômbia