A imagem é chocante. Centenas de pássaros mortos, um ao lado de outro. Todos eles foram encontrados sem vida em apenas um dia, na última quinta-feira (05/10), vítimas de colisão contra o prédio de um centro de convenções na cidade de Chicago, nos Estados Unidos.
Segundo o Field Museum, que divulgou a imagem, eram quase 1 mil pássaros só neste local. É o maior registro de mortandade de aves por colisão nos últimos 40 anos.
“Todos os dias, nas temporadas de migração da primavera e do outono, nossos cientistas e voluntários levantam-se de madrugada em busca de pássaros que voam contra as janelas do centro da cidade”, compartilhou a equipe do museu em suas redes sociais.
Quando os pássaros sobrevivem, eles são levados o Chicago Bird Collision Monitors, um centro de reabilitação, onde recebem tratamento na tentativa de serem devolvidos à natureza. Já aqueles coletados mortos são levados para o Field Museum e adicionados à coleção para futuras pesquisas.
Infelizmente, estima-se que o número de pássaros mortos seja ainda maior porque muitos não perdem a vida imediatamente. Mesmo feridos, continuam voando ainda por algumas horas e só mais tarde vão a óbito.
Estima-se que entre 365 milhões e 1 bilhão de pássaros morram, por ano, nos Estados Unidos, devido a colisões em prédios e outras construções.
Uma das soluções apontadas para minimizar essa tragédia é que luzes sejam apagadas. Especialistas explicam que durante a noite, muitas aves são atraídas pela iluminação artificial. Já no caso de vidros espelhados, é impossível para elas distinguir a diferença entre o que é real e o que é uma imagem refletida.
Nesta outra reportagem publicada no Conexão Planeta, o pesquisador Sandro Von Matter fala sobre o tema e indica uma outra solução apontada pela American Bird Conservancy: incorporar alguns elementos às janelas de residências e painéis de edifícios, diminuindo o risco de colisão. A aplicação de fitas, filmes, tinta ou decalques do lado exterior, além da instalação de redes na frente dos vidros são algumas das soluções, já que criam barreiras visuais que permitem que as aves sejam capazes de detectar a presença de um obstáculo.
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Foto de abertura: Lauren Nassef / Field Museum