Machado de Assis foi, e ainda é, um dos maiores nomes – se não, o maior -, da literatura brasileira. Nascido na cidade do Rio de Janeiro, em 1839, ele era jornalista, contista, cronista, romancista, poeta e teatrólogo.
Todavia, ao longo do último século, esse grande brasileiro foi retratado (fisicamente) em livros de história de maneira incorreta. Machado de Assis não era branco. Ele era negro.
A campanha #MachadodeAssisReal, idealizada pela Faculdade Zumbi dos Palmares, de São Paulo, tem como objetivo estimular a todos a corrijir uma das maiores injustiças raciais da história do nosso país.
“Machado de Assis foi embranquecido
para ser reconhecido. Infelizmente.
Um absurdo que mancha
a história do país.
Uma injustiça que fere
a comunidade negra.
Já passou da hora
de esse erro ser corrigido.
No mês do Dia Mundial do Livro
e do Direito do Autor, finalmente, será”
O texto acima está no site da campanha, que convida a população brasileira a se juntar nessa reparação.
Para quem tem algum livro ou material didático em casa, a página sugere que se troque a foto embranquecida do autor por uma real, com Machado de Assis com pele e feições negras.
“Uma foto do Machado de Assis
real está disponível aqui no site,
para ser colada sobre a foto antiga,
preconceituosa.
Uma errata histórica feita
para impedir que o racismo
na literatura seja perpetuado.
Para encorajar novos
escritores negros.
Para dar a chance de a sociedade
se retratar com o maior autor do Brasil.
E para que todas as gerações
reconheçam a pessoa genial
e negra que ele foi.
Que cada estante deste
país possa ter um livro
de Machado de Assis corrigido.
A história agradece”
Outra dica é enviar a foto verdadeira do escritor para amigos e conhecidos, e desta maneira, envolver o maior número de pessoas na campanha.
Assine e compartilhe: #MachadodeAssisReal
Um abaixo assinado também foi criado no site Change.org pedindo que editoras e livrarias deixem de imprimir, publicar e comercializar livros em que Machado de Assis apareça embranquecido e substituam a imagem preconceituosa pela sua foto real.
No próximo dia 21 de junho, será comemorado os 180 anos do nascimento do autor de clássicos como Quincas Borba, Dom Casmurro e Memórias Póstumas de Brás Cubas.
O escritor e jornalista foi ainda o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras, eleito por unanimidade, em 1897. Ocupou o cargo durante dez anos, até sua morte.
É uma obrigação, pra lá de tardia, reparar esse absurdo. Vale lembrar que o Brasil é um país onde mais da metade da população é negra.
Eu já votei no abaixo-assinado! E você? Ah, e não esqueça de compartilhar essa reportagem e a hashtag #MachadodeAssisReal nas suas redes sociais.
Imagens: divulgação campanha