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Campanha “Não tire as penas da vida” combate uso de penas naturais em fantasias e alegorias

Campanha “Não tire as penas da vida” combate uso de penas naturais em fantasias e alegorias

Neste final de semana acontece o tradicional Festival Folclórico de Parintins, no Amazonas. O evento, reconhecido como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, é muito aguardado pela população da região, que se prepara o ano inteiro costurando fantasias e alegorias para a disputa entre as agremiações folclóricas Boi Garantido (vermelho) e a do Boi Caprichoso (azul).

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) aproveitou a realização da festa, que começa na sexta-feira (28/06) para lançar a nova edição da campanha “Não tire as penas da vida”. Este ano, o tema será Educação Ambiental e o objetivo é prevenir e combater o comércio ilegal de artesanato produzido com produtos e subprodutos da fauna nativa, tais como brincos, tiaras e cocares.

“Estamos investindo na conscientização das pessoas”, diz Joel Araújo, superintendente do órgão no Amazonas. “Queremos tocar as pessoas, expondo, sem dissimular, essa realidade triste, que é provocada pelo uso partes de animais silvestres na confecção de artesanatos.”

Entre as espécies de aves mais ameaçadas por esse tipo de comércio ilegal estão papagaios e araras, além de gaviões, garças e mutuns. “Um único cocar grande, por exemplo, pode significar o abate de várias araras”, alerta o Ibama.

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Durante o lançamento da campanha, servidores do instituto fiscalizaram os galpões das agremiações para checar se as fantasias e alegorias foram confeccionadas com materiais sintéticos, em substituição ao uso de penas naturais, retiradas de aves.

Segundo o Ibama, não foram encontradas irregularidades durante a inspeção. “Ambas [as agremiações] têm respeitado a legislação há anos. Já estive em diversas oportunidades realizando essas vistorias e mais uma vez constatamos que os Bois de Parintins respeitam a legislação e a fauna amazônica”, afirma Araújo.

Além da vistoria nos galpões, os fiscais do Ibama também trabalharão junto ao comércio local para combater a venda de objetos de artesanato que usem plumas animais. Durante os três dias do festival, mais de 100 mil pessoas visitam Parintins, situada a 369 km da capital Manaus.

Campanha “Não tire as penas da vida” combate uso de penas naturais em fantasias e alegorias

Fiscal conferindo o material utilizado numa das fantasias de Parintins
Foto: divulgação Ibama

A primeira edição da campanha “Não tire as penas da vida” ocorreu em 2002. Naquele ano o servidor do Paulo Andrade, que na época trabalhava no setor de fauna do Ibama Amazonas, fez um levantamento sobre o uso de aves mortas para a confecção de enfeites para festas folclóricas no Amazonas. A análise apontou que, por ano, mais de 30 mil aves eram mortas, principalmente araras.

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Imagem de abertura: divulgação Ibama

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