Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank viajaram, pela primeira vez, com os três filhos – Titi, Bless e Zyan -, para a Ilha do Amor, em Fernando de Noronha, onde têm uma pousada, a Maria Flor de Noronha (que acaba de receber o selo BMV de Sustentabilidade; veja no final deste post). A intenção do casal era celebrar o aniversário do ator num lugar tranquilo, em meio à natureza.
No arquipélago, a família foi convidada pelo projeto Aves de Noronha, do Instituto Espaço Silvestre, para conhecer o trabalho de conservação realizado, desde 2018, nesse lugar paradisíaco que abriga a maior diversidade de aves marinhas do país e duas espécies endêmicas, que só existem lá e em mais nenhum lugar do mundo: a Cocoruta (Elaenia ridleyana) e o Sebito (Vireo gracilirostris) – (veja os dois no final deste post)
Bless e Bruno aceitaram o convite e, no ultimo sábado, 15/4, encontraram a melhor companhia para usufruir dessa vivência: uma equipe de mulheres apaixonadas pela natureza e movidas pela Ciência, formada pela bióloga Cecília Licarião, diretora do projeto, Geisiane Maiara Tenório Sobral e Thaysa Rocha, técnicas de campo, e Bruna Roveri, fotógrafa que registrou cada momento.
“Assim que soubemos que eles estariam na ilha, os convidamos para participar de uma atividade do projeto”, conta Cecília, que mora em Fortaleza e voou rapidamente para acompanhar o encontro. “A gente sabe do alcance e da influência que atores e atrizes, entre outras pessoas famosas, têm para divulgar nossas riquezas naturais, nossa biodiversidade e a conservação”.
Anilhamento e batismo
Todos os dias, o time do Aves de Noronha captura aves para anilhamento – colocação de anilhas coloridas nas patas das aves para identificação e monitoramento – e realizar exames para sexagem, por exemplo (identificação do sexo).
O ator e seu filho participaram de uma atividade como essa – chamada de anilhamento demonstrativo quando há convidados – e também batizaram dois passarinhos: Bless escolheu o nome Nara, e Bruno, Godofredo. Em seguida, “ajudaram” na soltura dos dois e preencheram certificados (foto abaixo) com os nomes de “seus afilhados”.
Segundo a bióloga, o garoto ficou encantado com tudo que viu, não fez perguntas (apenas quis saber porque é necessário colocar anilhas nas aves) e observou tudo com atenção.
Hotspot de observadores de aves
Animado, Bruno contou sobre a experiência no Instagram, divulgando informações muito bacanas sobre as aves, o projeto e a região, para muito além do que todos que visitam o arquipélago conhecem:
“Eu e Bless fomos conhecer o projeto Aves de Noronha, que trabalha para conservar a maior biodiversidade de aves marinhas do Brasil. Vocês sabiam que no arquipélago tem duas espécies de aves que só existem aqui?! Sensacional né?! O time do se dedica à conservação aliada à movimentação da economia local: trabalhando com a comunidade, capacitando guias locais para receber a demanda de observadores de aves”.
E completou: “A Noronha de verdade pode te proporcionar experiências de contato com a natureza que você nunca imaginou! Bora apoiar a causa?! Siga Aves de Noronha!“, acrescentando a hashtag #averdadeiranoronha. Também no Instagram, o Aves de Noronha definiu bem a experiência dos dois e de todos que participam desses encontros: “O exemplo arrasta. A experiência transforma”.
“Que felicidade ! Obrigada por ajudar nossos voos! Vamos transformar essa ilha em um hotspot de observação de aves!”, comentou Cecília no post de Bruno. E ela explica:
“Fernando de Noronha é um hotspot de aves, mas não de observadores de aves. A gente precisa levar o maior número de observadores possível para aquela área porque nossa ideia é transformar Noronha num destino desejado por observadores e não por pessoas interessadas em baladas e festas”.
Cecília revelou que, no meio da pousada de Bruno e Giovanna – a Maria Flor – “há um ninho de Cocoruta!”. Já imaginou, que beleza?!
Apoio, divulgação e doações
Depois da visita de Bruno e Bless e da divulgação feita pelo ator voluntariamente, o projeto Aves de Noronha “ganhou mais de 500 seguidores no Instagram, o engajamento subiu, foi muito importante pra nós!”, conta a bióloga, reforçando que esse tipo de apoio é imprescindível para que o trabalho ganhe maior visibilidade e alcance pessoas às quais o projeto não tem acesso.
“A gente trabalha fortemente para furar bolhas, para falar com outros públicos e ampliar nosso alcance, para mostrar que a conservação pode ser feita de várias formas e que as comunidades e a sociedade têm que estar com a gente nesse processo. Mas a divulgação das pessoas que têm essa habilidade e atingem um público grande de pessoas é essencial!”.
E como atender ao convite de Bruno para apoiar este projeto bacana, que estuda e ajuda a preservar as aves de Fernando de Noronha? Cecília responde: “Divulgando, compartilhando as informações que apresentamos em nossas redes sociais e também financeiramente, por meio de doações”.
Ela contou que, em maio, o Aves de Noronha vai lançar uma campanha especial para que as pessoas possam fazer doações pontuais ou recorrentes para o projeto. “Quem sabe o Bruno Gagliasso participa dessa campanha com a gente…”. Tomara!
Censo e ameaças
Apesar de serem vistos com frequência em Fernando de Noronha, o Sebito e a Cocoruta são pouco conhecidos dos pesquisadores, que quase nada sabem sobre seus modos de vida – reprodução, alimentação e natalidade – e são considerados ameaçados de extinção. De acordo com a Lista Vermelha da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN), existem cerca de 1 mil indivíduos de ambas as espécies.
Em função disso, para entender mais sobre seus hábitos e traçar melhores estratégias de conservação, este ano, a equipe do projeto Aves de Noronha tem mobilizado moradores e turistas que visitam a ilha para participar de um censo desses pássaros, como contamos aqui.
“Já foram registrados mais de 70 ninhos, que estão sendo monitorados”, conta Cecília. “E o que tem preocupado é a predação dos ninhos por ratos”. E acrescenta: “A estação reprodutiva vai até julho, então, estamos aguardando os novos números para definir os próximos passos, mas já muito animadas com as imagens e os resultados que temos conseguido com esta campanha”.
As espécies invasoras – como gatos e ratos – são as maiores ameaças para as aves em Fernando de Noronha, além da perda de áreas verdes, do habitat. “Ainda bem que a gente tem o parque nacional preservado, mas ainda tem muita coisa pra ser feita para melhorar”, alerta a bióloga.
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A seguir, conheça o Sebito e o Cocoruta, aves endêmicas de Fernando de Noronha. E também os posts de Bruno Gagliasso no Instagram, no qual conta sobre a visita ao projeto Aves de Noronha com Bless (tem vídeo) e, outro, sobre sua alegria com a conquista do selo BMV de Sustentabilidade por sua pousada, que ele chamou de “presente de aniversário”.
Foto (destaque): Bruna Roveri/Aves de Noronha