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Bolsonaro enfrenta protesto pela proteção da Amazônia em Jerusalém

Bolsonaro enfrenta protesto pela proteção da Amazônia em Jerusalém

Um banner gigante amarelo foi colocado na muralha da Cidade Velha, em Jerusalém, com os dizeres, em inglês, “Bolsonaro, pare a destruição da Amazônia”.

A manifestação foi realizada por ativistas da organização Greenpeace, em Israel, onde o presidente brasileiro fica até quarta-feira. O banner estava localizado bem em frente ao hotel onde Jair Bolsonaro está hospedado.

“Nós vamos lembrar o presidente da importância da Amazônia a todo momento, sem descanso. Uma área correspondente a dois campos de futebol da floresta amazônica brasileira é desmatada a cada minuto. Trata-se de um patrimônio de todos os brasileiros que está sendo destruído. Isso é inaceitável e precisa ter um fim”, afirmou Márcio Astrini, coordenador de Políticas Públicas do Greenpeace Brasil.

O banner gigante foi colocado de frente ao hotel de Bolsonaro

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Brasil: campeão de preservação. Será mesmo?!

Recentemente, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse que o Brasil não investirá em reduzir emissões, caso não receba dinheiro por isso. Segundo ele, “dos US$ 100 bilhões prometidos a países em desenvolvimento pela adoção de ações de enfrentamento ao aquecimento global, apenas US$ 1 bilhão foi disponibilizado ao Brasil, ‘país que mais preserva’.

O discurso de que nosso país é um “campeão da preservação” é recorrente no novo governo. Infelizmente, não é bem isso o que acontece na realidade. Levantamento feito pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (INPE), divulgado no ano passado, afirmou que o desmatamento na Amazônia é o pior em dez anos: 1,18 bilhão de árvores foram derrubadas em um ano. Em janeiro último, a destruição da floresta aumentou mais de 50%.   

E não é só na Amazônia. No Cerrado a situação é parecida. Em 2017, um estudo revelou que o desmatamento na região havia subido 9%.

Durante a campanha para as eleições, o então candidato Jair Bolsonaro disse, que se fosse ruim para o país, iria tirar o Brasil do Acordo de Paris (exatamento como fez o presidente americano, Donald Trump). Depois de eleito, todavia, Bolsonaro adotou um discurso mais brando e quando esteve no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, prometeu lutar pela preservação do meio ambiente, apesar das ações do governo e principalmente, de seu ministro Ricardo Salles, mostrarem o oposto (leia mais aqui).

No mês passado, na Assembleia Ambiental das Nações Unidas, em Nairóbi, no Quênia, Ricardo Salles e sua equipe vetaram proposta de desmatamento zero. A delegação brasileira pedia a inclusão da palavra ilegal: desmatamento “ilegal” zero. Resultado? Não houve consenso e os demais países rejeitaram a proposta.

O Greenpeace aproveitou a oportunidade para criticar também o enfraquecimento sistemático dos órgãos ambientais e de proteção aos indígenas. “Comprometer o poder de atuação do Ibama e ameaçar a existência de áreas protegidas, como terras indígenas e unidades de conservação, diminui o poder de atuação do Estado e sabota ações que são fundamentais no combate ao desmatamento. Além disso, passa um recado de que a destruição da floresta, que ocorre em sua maioria de forma criminosa, não só continuará, como terá ainda mais espaço. O desmatamento da floresta está perto de atingir um limite irreversível, comprometendo o futuro de todos nós. Portanto, nós não temos tempo a perder!”, defende Astrini.

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Fotos: divulgação Greenpeace Brasil

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