Olha que presente mais lindo Campo Grande, a “Capital das Araras”, ganha no dia em que celebra seus 123 anos de fundação: a equipe do Instituto Arara Azul compartilhou em suas redes sociais o registro inédito do nascimento de um filhote de arara-canindé.
Os biólogos do instituto estavam fazendo trabalho de campo do Projeto Aves Urbanas na Cidade, monitorando os ninhos das araras, quando se depararam com uma ararinha eclodindo do ovo. Apesar de a gravação ser rápida, ela foi muito celebrada. No ninho havia dois filhotes.
“Ficamos muito emocionados com esse registro, da nossa equipe e claro, não poderíamos deixar de compartilhar com todos vocês esse momento! Parabéns filhote! Desejamos que cresça lindo, forte e saudável para voar e embelezar, ainda mais, a nossa capital e feliz aniversário, Campo Grande!”, diz a postagem.
Com mais de 30 anos trabalhando com araras, a bióloga Neiva Guedes, fundadora do instituto, afirma que nunca antes tinha sido documentado um evento assim. “Nunca tínhamos registrado uma eclosão tão rápida como aconteceu. Já tínhamos feito com câmera trap, esperado 24 horas para a eclosão do ovo de uma arara-azul, mas chegar assim para monitorar e ao vivo e a cores ver o filhote saindo da casca do ovo foi muito legal”, conta.
Também conhecida como arara-de-barriga-amarela, a arara-canindé (Ara ararauna) mede entre 75 e 86 cm e pesa cerca de 1 kg. Tem a parte superior do corpo com coloração azul e a inferior amarela, com fileiras de penas faciais pretas, assim como a garganta.
A espécie pode ser encontrada em diversos países da América do Sul e Central, como Panamá, Colômbia, Guianas, Equador, Peru, Bolívia, Paraguai e Argentina. No Brasil, é observada na região norte, centro-oeste e no sudeste, nos estados da Bahia, Minas Gerais e São Paulo. Em Campo Grande, ela é facilmente vista voando pelos céus da cidade.
O principal habitat da arara-canindé são áreas de várzeas com buritizais,
babaçuais e beira de mata
Desde 2015 a arara-canindé é considerada a ave símbolo da capital do Mato Grosso do Sul. E em 2018, foi aprovada uma lei que proíbe o corte, derrubada, remoção ou sacrifício de árvores, adultas ou não, onde elas fazem ninhos. Só em 2021, foi registrado o nascimento de mais de 200 filhotes na cidade.
No ano passado, graças a um projeto de lei, Campo Grande tornou-se a “Capital das Araras” (leia mais aqui).
As araras-canindés alimentam-se de frutas e sementes, na sua maioria de palmeiras
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Foto de abertura e vídeo: Maria Eduarda Monteiro e demais divulgação Instituto Arara Azul