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Atletas empatam em competição, dividem prêmio e comovem com história de amizade que simboliza o ‘espírito olímpico’

Atletas empatam em competição, dividem prêmio e comovem com história de amizade que simboliza o 'espírito olímpico'

Quem acompanha os Jogos Olímpicos certamente se emocionou com a decisão dos atletas italiano, Gianmarco Tamberi, e quatari ,Mutaz Barshim, na final da prova de salto em altura, ontem, 1/8. Foi uma das grandes histórias desta edição das Olimpíadas que guardaremos de recordação.

Os atletas empataram com a marca de 2m37 e o juiz propôs que disputassem novamente para tentar os 2m39. Barshim rapidamente perguntou se seria possível os dois receberem a medalha de ouro. O juiz concordou e eles renunciaram ao desempate, dividindo o grande prêmio e o lugar mais alto do pódio.

Isso não acontecia nas Olimpíadas há 113 anos, também no atletismo. Foi em Londres, em 1918, quando Alfred Carlton Gilbert e Edward Cook, dos EUA, empataram também no final da prova de salto com vara: chegaram a 3m71. Neste caso, em vez de propor novo salto, o árbitro lhes disse que poderiam dividir a medalha de ouro, o que eles prontamente aceitaram.

O momento da premiação de Tamberi e Barshim também foi comovente. O saltador italiano foi o primeiro a pegar a medalha e, sem titubear, a colocou no amigo que, em seguida, retribuiu o gesto.

Foto: reprodução de vídeo

A alegria dos dois era contagiante. Se abraçaram, posaram juntos para fotos e convidaram o vencedor do bronze, Maksim Nedasekau, da Bielorrússia, para se juntar a eles. Foi lindo!

Mas mais linda e inspiradora ainda é a história dessa amizade, que começou em 2017, quando Tamberi voltava às competições depois de um ano se recuperando de uma fratura no tornozelo.

As palavras certas

Em 2016, Gianmarco Tamberi se machucou em uma competição em Mônaco, o que o tirou dos Jogos Olímpicos daquele ano e de outras disputas. A recuperação não foi nada fácil e o abalou profundamente. Tanto que, ao retornar às pistas, na Diamond League, em Paris, mesmo com o apoio dos colegas e de outros atletas, fracassou em todas as tentativas de salto.

Muito triste e frustrado com sua péssima performance, Tamberi se refugiou em seu quarto, no hotel, se recusando a sair de lá ou a falar com qualquer pessoas que se aproximasse.

Ao saber da situação, Barshim ficou inconformado e resolveu agir. No dia seguinte da prova, determinado a tira-lo do quarto, bateu à porta e disse, determinado, que de lá não sairia enquanto Tamberi não falasse com ele.

Claro que o italiano o atendeu, e se abriu: chorou muito e confessou seu medo de nunca mais voltar a ser o atleta de antes da contusão. Tudo que ele precisava, naquele momento, era ouvir as palavras certas, que Barshim soube ofertar.

“Não tente acelerar o processo. Você teve uma lesão muito grave e já está de volta na Diamond League. Ninguém esperava isso. Mas você precisa do seu tempo, não se cobre tanto tão cedo. Apenas veja o que vai acontecer”.

A presença e o conforto que Barshim deu a Tamberi foram fundamentais para sua recuperação mental. E física.

Espírito olímpico

Durante um ano, o italiano se entregou à recuperação da lesão e se superou: chegou à marca de 2,28m. Nas últimas três competições, das quais participou nesse período, não passou de 2,21m. “Alguma coisa dentro de mim mudou, eu voltei a viver e me tornei um bom saltador em altura novamente”.

Agora, depois de quatro anos, Gianmarco Tamberi e Mutaz Essa Barshim se reencontraram em Tóquio para mais uma celebração. Competiram com o mesmo nível atlético e técnico e venceram com a mesma marca, celebrando com amor e empatia.

Dividir a medalha de ouro fortalece, ainda mais, a amizade entre os dois e nos lembra que este é o verdadeiro espírito dos Jogos Olímpicos.

Fonte: Globo e Lance

Foto: reprodução de vídeo

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