Em vez de ficar apenas reclamando ou lamentando, eles colocaram a mão na terra. Para ter uma vida melhor decidiram apostar na restauração florestal – a prática de plantar árvores nativas para recuperar áreas degradadas. É o caso de Silvany Lima, agricultora do município de Pintadas, na Caatinga baiana. Ela é a líder de uma cooperativa de mulheres que produz suco de umbu. “Hoje em dia é um caminho para restaurar a floresta. Quem não tem um pé na sua propriedade, quer ter. Porque a gente que tem ele, tem um pé de dinheiro verde”, diz ela.
Silvany é uma das personagens que contam suas histórias na websérie “As Caras da Restauração“, produzida pelo WRI Brasil*.
Os cinco vídeos revelam a trajetória de sucesso de brasileiros em três dos seus seis biomas: Amazônia, Caatinga e Mata Atlântica. Além da diversidade geográfica, a série apresenta diferentes portes e metas de negócio.
Lançado em inglês – mas os vídeos estão com o áudio original em português -, o projeto tem o objetivo de levar informações sobre o potencial socioeconômico da restauração florestal no Brasil ao público internacional.
“Os benefícios socioeconômicos da restauração florestal ainda não são tão disseminados para o público brasileiro e internacional, apesar da comprovada competitividade econômica e das contribuições às metas climáticas globais e objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS)”, explica Miguel Calmon, consultor sênior do Programa de Florestas do WRI Brasil.
Segundo ele, o Brasil assumiu o compromisso de restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de áreas e florestas degradadas até 2030 e essa meta só será alcançada por meio de uma diversidade de soluções e projetos em escalas. “E é exatamente isso que estamos mostrando: as caras e as histórias de quem está fazendo, bem como os caminhos possíveis e seus benefícios econômicos, sociais e ambientais”, ressalta.
Além da empreendedora da Bahia, a websérie conta ainda a história dos primeiros agricultores do Espírito Santo autorizados a manejar a palma juçara, espécie em extinção no Brasil e também, da família Soares, de Juruti, no Pará, que migraram da tradicional produção exclusiva de mandioca para um sistema agroflorestal, adicionando árvores frutíferas e outras plantas comestíveis para diversificar suas safras (assista a todos os vídeos logo abaixo).
2021 marca o início da Década da Restauração das Nações Unidas, período esse que reúne esforços globais para restaurar 150 milhões de hectares de terras desmatadas e degradadas até 2020 e 350 milhões de hectares até 2030.
Confira abaixo os vídeos da websérie “As Caras da Restauração”:
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*O WRI Brasil é um instituto de pesquisa que transforma grandes ideias em ações para promover a proteção do meio ambiente, oportunidades econômicas e bem-estar humano. Atua no desenvolvimento de estudos e implementação de soluções sustentáveis em clima, florestas e cidades. Alia excelência técnica à articulação política e trabalha em parceria com governos, empresas, academia e sociedade civil.
O WRI Brasil faz parte do World Resources Institute (WRI), instituição global de pesquisa com atuação em mais de 50 países. O WRI conta com o conhecimento de aproximadamente 700 profissionais em escritórios no Brasil, China, Estados Unidos, Europa, México, Índia, Indonésia e África.
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Foto: divulgação