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As ativistas Greta, Vanessa, Dominika e Mitzi dão um ultimato para os líderes mundiais contra a crise climática. Assine a petição!

As ativistas Greta, Vanessa, Dominika e Mitzi dão um ultimato para os líderes mundiais contra a crise climática. Assine a petição!

Atualizado às 23h de 6/11/2021: 1,7 milhão assinaram a petição!
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Por meio de uma carta aberta – que virou petição online -, as ativistas climáticas Greta Thunberg, da Suécia, Vanessa Nakate, da Uganda, Dominika Lasota, da Polônia, e Mitzi Jonelle Tan, das Filipinas, deram um ultimato para os líderes globais contra a crise climática, chamando-os de traidores!

O texto revela a indignação dos jovens de todo o mundo a cerca do fracasso dos governos sobre a proteção do clima e foi divulgado ontem, primeiro dia da COP 26 – Conferência sobre Mudanças Climáticas da ONU, realizada em Glasgow, Escócia, até 12 de novembro.

É um apelo urgente que pode ser assinado por todos que também estão revoltados, em qualquer lugar do mundo, e exigem a adoção de medidas urgentes para a redução das emissões de gases de efeito estufa. Até às 00h45, havia 840 mil adesões.

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“Estamos catastroficamente longe da meta decisiva de limitar o aquecimento global a 1,5°C e, ainda assim, governos de todo o mundo continuam a intensificar a crise, gastando bilhões de dólares em combustíveis fósseis“, dizem as jovens ativistas.

“Não é mais um cenário hipotético”, alertam. “A Terra está em situação de emergência. Milhões vão sofrer à medida que nosso planeta for devastado – um futuro aterrador que será consequência das escolhas que vocês fizerem, ou que poderá ser evitado por elas. Vocês têm o poder de decidir”.

E exigem que os governos encarem a emergência climática de frente, agora – não amanhã ou depois! -, listando suas exigências, bastante pontuais:

  1. Mantenham a importante meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C, com reduções imediatas, drásticas e anuais das emissões de carbono, como o mundo nunca antes viu;
  2. Encerrem imediatamente todos os investimentos em combustíveis fósseis, subsídios e novos projetos e impeçam novas operações de exploração e extração;
  3. Parem com a contabilidade “criativa” de emissões de carbono, publicando o total de emissões, incluindo todos os índices de consumo, cadeias de abastecimento, transportes aéreos e marítimos internacionais e a queima de biomassa;
  4. Entreguem os 100 bilhões de dólares prometidos aos países mais vulneráveis, com recursos adicionais para desastres climáticos e
  5. Estabeleçam políticas climáticas que protejam os trabalhadores e os mais vulneráveis e reduzam todas as formas de desigualdade.

Para elas e todos os jovens representados, baste “um líder inspirador para fazer a diferença”. Um líder corajoso que saiba encarar as mudanças climáticas como uma oportunidade para “transformar radicalmente nossa sociedade, de uma vez por todas”.

É um ultimato, que ainda reconhece que somente lideranças determinadas e visionárias serão capazes de implementar soluções e de liderar essa luta para salvar a humanidade de uma tragédia maior.

Eu assinei a petição! Assine você também. Até o fechamento da edição deste texto, às 00h45, mais de 840 mil pessoas haviam assinado a carta.

Capa da Time e carta para a mídia global

Na mesma edição em que estampa a capa da revista americana Time, lançada na semana passada e dedicada à ao clima, Vanessa Nakate, fundadora do Rise Up Movement, assina outra carta, desta vez somente com Greta, cofundadora do movimento Fridays for Future, e endereçada à mídia de todo o mundo. E o cerco se fecha. Eis o que elas dizem:

Caros editores de mídia em todo o mundo,

Derretimento de geleiras, incêndios florestais, secas, ondas de calor mortais, inundações, furacões, perda de biodiversidade. Todos esses são sintomas que estão acontecendo ao nosso redor o tempo todo, em um planeta desestabilizado.

A crise climática, no entanto, é muito mais do que isso. Se você deseja realmente vencer a crise climática, também deve relatar as questões fundamentais de tempo, pensamento holístico e justiça. E o que isso significa? Vejamos esses problema um por um.

  1. A noção de tempo

Se suas histórias não incluem a noção de um relógio que não para, então a crise climática é apenas um tópico político entre outros tópicos, algo que podemos simplesmente comprar, construir ou investir para sair.

Deixe de lado o aspecto do tempo e podemos continuar como hoje e “resolver os problemas” mais tarde. Em 2. 2030, 2050 ou 2060. A melhor ciência disponível mostra que, com nossa taxa atual de emissões, nosso orçamento de carbono restante para ficar abaixo de 1,5 ° C se esgotará antes do final desta década.

2. Pensamento holístico

Ao considerar nosso orçamento de carbono restante, precisamos contar todos os números e incluir todas as nossas emissões. Atualmente, estamos deixando as nações de alta renda e os grandes poluidores escaparem da punição, permitindo que se escondam atrás de estatísticas incompletas, lacunas e retóricas que lutaram tanto para criar nos últimos 30 anos.

3. O mais importante de tudo: justiça

A crise climática não se trata apenas de condições meteorológicas extremas. É sobre pessoas. Pessoas reais. E as mesmas pessoas que menos fizeram para criar a crise climática são as que mais sofrem. E embora o sul do planeta esteja na linha de frente da crise climática, quase nunca está nas primeiras páginas dos jornais mundiais.

Como a mídia ocidental se concentra em incêndios florestais na Califórnia ou Austrália ou inundações na Europa, catástrofes relacionadas ao clima estão devastando comunidades em todo o Sul Global, mas recebem muito pouca cobertura.

Para incluir o elemento de Justiça, você não pode ignorar a responsabilidade moral do Norte Global de se mover muito mais rápido na redução de suas emissões. No final deste ano, o mundo terá queimado coletivamente 89% do orçamento de carbono, o que nos dá uma chance de 66% de ficar abaixo de 1,5 ° C.

É por isso que as emissões históricas não só contam, mas estão de fato no centro do debate sobre a justiça climática. No entanto, as emissões históricas ainda estão sendo quase completamente ignoradas pela mídia e pelas pessoas no poder.

Para ficar abaixo das metas estabelecidas no Acordo de Paris e, assim, minimizar os riscos de desencadear reações em cadeia irreversíveis além do controle humano, precisamos de reduções de emissões anuais imediatas e drásticas.

E como não temos soluções tecnológicas que, sozinhas, farão algo parecido com isso no futuro próximo, isso significa que temos que fazer mudanças fundamentais em nossa sociedade. Este é o resultado desagradável do fracasso de nossos líderes em lidar com esta crise.

Sua responsabilidade em ajudar a corrigir essa falha não pode ser exagerada. Somos animais sociais e se nossos líderes e nossa mídia não agirem como se estivéssemos em uma crise, então é claro que não entenderemos que estamos.

Um dos elementos essenciais de uma democracia em funcionamento é uma imprensa livre que informe objetivamente os cidadãos sobre os grandes desafios que nossa sociedade enfrenta. E a mídia deve responsabilizar as pessoas no poder por suas ações ou omissões.

Você está entre nossas últimas esperanças. Ninguém mais tem a possibilidade e a oportunidade de alcançar tantas pessoas no prazo extremamente curto que temos. Não podemos fazer isso sem você. A crise climática só vai se tornar mais urgente. Ainda podemos evitar as piores consequências, ainda podemos reverter isso. Mas não se continuarmos como hoje. Você tem os recursos e possibilidades para mudar a história da noite para o dia.

Se você escolhe ou não enfrentar esse desafio, depende de você. De qualquer maneira, a história irá julgá-lo.

Greta e Vanessa“.

Foto: montagem com fotos de divulgação

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