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Árvores nativas da Amazônia ameaçadas por Bolsonaro: ele declarou que o governo estuda liberar sua exportação

Depois de dizer que o desmatamento é cultural no Brasil, o presidente surpreende, mais uma vez. Declarou, no Rio de Janeiro, no sábado, 23/11, que o governo pode liberar a exportação de troncos de árvores nativas da Amazônia. E ainda acrescentou que, neste caso, sua extração se tornaria uma atividade legal.

Ou seja, o Brasil pode se tornar exportador de madeira in natura, bruta, sem nenhum tipo de beneficiamento, oriunda de árvores originais, que não são fruto de reflorestamento

“É melhor você exportar de forma legalizada do que continuar saindo do Brasil de forma clandestina”, disse. E acrescentou que depende de aprovação do parlamento para tornar essa medida viável, mas que seu ministro do meio ambiente, Ricardo Salles (mais uma vez investigado, desta vez por suspeita de enriquecimento ilícito), dará a palavra final sobre a proposta, esta semana. Um crime sobre outro, desta vez, apoiado oficialmente.

O jornal O Estado de São Paulo contou que a ideia surgiu de uma proposta feita por empresários do “setor’ ao Ibama, órgão ligado ao MMA e criado em 1999 para proteger o meio ambiente. Isso aceleraria o processo porque os empresários não precisariam investir no processo de tratamento e alisamento da madeira.

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Depois de revelar sua intenção com mais esta proposta criminosa, Bolsonaro ainda disse – mais uma vez – que seu governo é alvo constante de uma campanha para prejudicar sua imagem em relação ao desmatamento na Amazônia. Poxa, por que será?

O presidente disse que a origem dessa campanha é o fato de ele se recusar a passar “de 14% para 20% o percentual de terra demarcada para índios no Brasil. Não aceitamos isso, então vieram com essa campanha que não deu certo. Tudo foi desmentido e aquele presidente (o francês Emmanuel Macron) que fez a campanha recolheu-se ao seu devido lugar”, continuou. “Não estou preocupado em perder aliados, eu não quero perder o Brasil”. Claro.

Bolsonaro garantiu que a ideia fundamental esse projeto é liberar apenas a extração das árvores que habitam áreas onde há planos de manejo. Traduzindo: nas reservas florestais que o governo deveria fiscalizar, mas que, na prática, nada faz e os problemas já são graves.

Foto: Marcos Vergueiro/SECOMMT

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