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Armadilhas fotográficas e colares GPS ajudam biólogos a acompanhar crescimento de filhotes de lobo-guará no maior parque nacional da Argentina

Armadilhas fotográficas e colares GPS ajudam biólogos a acompanhar crescimento de filhotes de lobo-guará no maior parque nacional da Argentina

O lobo-guará perdeu mais de 50% de sua distribuição histórica na Argentina. No país vizinho, a espécie, a Chrysocyon brachyurus, é chamada de “aguará guazú”. Assim como no Brasil, esse que é o maior canídeo selvagem da América do Sul, teve sua população reduzida em território argentino devido à perda de habitat.

Mas a proteção de áreas onde no passado o lobo-guará era observado e o monitoramento de pequenos grupos têm ajudado a dar esperança à espécie. Uma dessas iniciativas é feita pela Fundación Rewilding Argentina.

No Parque Nacional de Iberá, na província de Corrientes, ao norte do país, uma imensa área de preservação ambiental criada em 2018, a equipe da Rewilding tem acompanhado de perto o crescimento dos dois filhotes de Malevo e Preta, um casal de lobos-guará.

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O monitoramento é possível porque os pais possuem colares GPS e há armadilhas fotográficas instaladas nas regiões do parque onde os animais são mais observados.

Durante o primeiro um mês e meio de vida dos dois, Malevo e Preta mudavam os filhotes de lugar a cada três ou quatro dias. Mas algumas semanas depois, eles já estão prontos para seguir os pais.

“Os filhotes completaram quatro meses. Graças ao sinal emitido pela coleira usada por seus pais e aos vídeos gravados por armadilhas fotográficas que colocamos nos locais mais frequentados por eles, podemos vê-los crescer e aprender mais sobre a biologia reprodutiva dessa espécie pouco estudada”, relata o Rewilding.

Aos poucos, os pesquisadores conseguem, mesmo de longe, a aprender mais sobre os lobos-guarás. “Já observamos que os filhotes pararam de mamar, então eles só comem a presa que seus pais regurgitam quando chegam ao local onde os pequenos esperam. Eles também se movem cada vez mais à medida que crescem e logo vão caçar junto com seus pais”, dizem os biólogos.

Em todos os vídeos, eles sempre aparecem muito ativos, brincando o tempo todo e os irmãos interagindo muito.

Todavia, como é alta a mortalidade de filhotes de lobos-guarás, a chegada desses dois novos, bem e saudáveis, é motivo de celebração.

Com aproximadamente 90 cm de altura e pesando 23 kg, o lobo-guará tem hábitos noturnos e solitários: macho e fêmea se encontram somente para reproduzir e cuidar dos filhotes.

Esses animais têm o olfato extremamente sensível e orelhas longas, que conferem a eles uma excelente capacidade auditiva. Podem detectar suas presas a uma grande distância. Suas pernas longas facilitam a locomoção.

Assim como outras espécies, usa sua urina e fezes para demarcar território. Apesar de carnívoro, o lobo-guará gosta muito de frutas. Uma inclusive, leva seu nome: a fruta-do-lobo.

A Fundación Rewilding Argentina monitora também a população de onças-pintadas no Parque de Iberá. Em julho eu escrevi sobre Arandu e Jasy, os primeiros filhotes da espécie a nascerem em vida livre, após 70 anos, no local (leia mais aqui).

Foto: reprodução vídeo Fundación Rewilding Argentina

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