
Há 37 anos foi a última vez que se teve conhecimento do nascimento de um filhote de ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) na natureza. Era de 1986 o registro de uma ninhada da espécie, declarada oficialmente extinta no Brasil anos depois.
Agora, quase 40 anos depois, graças a um programa de reintrodução das araras-azuis na Caatinga, seu habitat originário, acabam de nascer dois filhotinhos.
A notícia foi compartilhada pela Association for the Conservation of Threatened Parrots (ACTP), um criadouro de aves da Alemanha, parceiro do governo brasileiro no projeto de reprodução em cativeiro e soltura, no Refúgio de Vida Silvestre, em Curaçá, na Bahia.
“Numa notável reviravolta nos acontecimentos, a ararinha-azul, uma espécie outrora considerada extinta na natureza, atingiu um marco significativo ao reproduzir-se com sucesso no seu habitat natural… Esta conquista marca um momento crucial nos esforços de conservação em curso para reviver esta espécie criticamente ameaçada. O resultado da nidificação selvagem das araras-azuis representa o objetivo final do projeto – o estabelecimento de uma população “reprodutora” de araras-azuis na natureza”, diz o texto divulgado nas redes sociais da ACTP.
Ainda segundo a nota, um macho solto em junho e uma fêmea da soltura de dezembro de 2022, chocaram dois filhotes em um dos ninhos artificiais amarrados no alto de uma árvore caraibeira. Entretanto, os ovos dessa primeira ninhada não vingaram.”Mas a determinação do casal prevaleceu e a segunda ninhada continha dois ovos férteis, levando à eclosão de dois filhotes saudáveis. Estes são jovens pais de primeira viagem, e o fato de terem incubado e chocado os filhotes na primeira tentativa foi uma ótima notícia. Então o instinto de alimentar os filhotes entrou em ação e esse foi mais um marco que eles superaram”, diz a postagem.
A equipe do refúgio alerta, contudo, que este é um momento delicado para a sobrevivência dos filhotes e eles estarão sendo monitorados.
Em outubro do ano passado, escrevemos aqui no Conexão Planeta sobre o flagrante de ararinhas-azuis reintroduzidas acasalando.
A boa notícia acontece, todavia, na mesma semana que a Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas) fez uma denúncia sobre o envio pela ACTP de 26 ararinhas-azuis pertencentes ao criadouro em Berlim para o maior zoológico do mundo, que está em construção na Índia.
Foto de abertura: reprodução vídeo ACTP
Lembro-me das reportagens sobre a última ararinha-azul na natureza e sua vã tentativa de encontrar um companheiro, até acasalamento interespécie ocorreu, mas sem filhotes. As matérias eram muito tristes, o vôo solitário e seu chamado nunca correspondido. Um belo dia assisto a uma reportagem sobre seu desaparecimento e o anúncio de que a ararinha-azul estava oficialmente extinta na natureza. Foi de uma enorme comoção. Ler essa matéria, a reintrodução de indivíduos que estavam em cativeiro e o sucesso do primeiro nascimento na natureza devolvem-me a esperança sobre a humanidade.
Muito bonito mesmo mais eu queria saber porque a pessoa que aparece no vídeo pegou um filhote com as mãos não podia só amostrar sem pegar
Pessoal eu creio que os estudiosos deveriam andar mais nesse grande Brasil de meu Deus. Embjja das vezes que fui com minha família para São Domingos e Divinopolis do Goias devíamos entre as Serras Gerais e só ouvir o canto das araras e imediatamente parei meu carro e deparamos como uma grande revolta dd ARARAS AZUIS, fiquei encantada com a oportunidade de ve-las tão próximas. Essa é uma prova que as Araras Azuis procriam abundantemente nas Serras Gerais.
Olá Nilza! A ararinha azul da reportagem acredito não ser a mesma espécie que você avistou.
As Araras de cor azul, que vivem em Goiás e outros estados do cerrado, é de outra espécie e diferente da Ararinha-azul que vive na caatinga nordestina.
Estou muito emocionada pq fiquei mto triste qdo está espécie se extinguiu. Parabéns a essas pessoas que não desistiram