
No começo de junho, a organização não-governamental Aquasis usou suas redes sociais para pedir a ajuda da população para encontrar a peixe-boi Flor. Em março deste ano, a fêmea – que tinha sido resgatada ainda filhote, em 2019 -, foi reintroduzida à natureza no litoral do Ceará. Todavia, pouco mais de um mês depois, ela perdeu o dispositivo de monitoramento que possuía, retirado durante uma captura acidental numa rede de pesca.
Mas agora a busca chegou ao final. Infelizmente, Flor foi encontrada sem vida na quarta-feira (31/07), na localidade de Enxu Queimado, no Rio Grande do Norte.
“Flor foi encontrada muito magra e com uma quantidade alarmante de lixo plástico no intestino, indicando que estava sem se alimentar e sofrendo há algum tempo”, informou a Aquasis. “Embora a causa exata da morte não possa ser confirmada devido à decomposição avançada, a ingestão de lixo claramente debilitou sua saúde”.
A ONG lembra ainda que esta não foi a primeira vez que um peixe-boi marinho é afetado pelo lixo na costa do Ceará.
“A Aquasis agradece a todas as instituições, comunidades e parceiros pelo apoio contínuo e pedimos que se juntem a nós na luta pela proteção da vida marinha e contra a poluição plástica“, ressaltou a instituição. “Vamos honrar a memória da Flor trabalhando para prevenir que tragédias como esta se repitam”.
O peixe-boi-marinho (Trichechus manatus) é considerado o mamífero aquático com maior grau de ameaça de extinção no Brasil. Extremamente dócil, ele chega a medir 4 metros de comprimento e pesar até 800 kg. Herbívoro, se alimenta de algas marinhas e folhas de mangue, e ainda de uma planta chamada capim-agulha, daí ter recebido o nome popular de peixe “boi”.
Entre suas principais ameaças estão a captura acidental em redes de pesca, perda de habitat e a ocupação costeira desordenada.
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Foto de abertura: reprodução Instagram Aquasis