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Após chuvas intensas no Rio Grande do Sul, governo alerta para seca “muito terrível” na Amazônia

Após chuvas intensas no Rio Grande do Sul, secretária nacional de Mudança do Clima alerta para seca na Amazônia

Por Vitor Abdala*

Mesmo com os trabalhos de resposta às enchentes no Rio Grande do Sul ainda em andamento, o governo brasileiro já se preocupa com a ocorrência de novo evento climático extremo no país. Segundo a secretária nacional de Mudança do Clima, Ana Toni, uma seca “muito terrível” está prevista para ocorrer em breve na Amazônia.

“O governo já está tentando se adiantar, entendendo que municípios provavelmente vão ser atingidos, que tipo de prevenção [será necessária]. Isso está sendo liderado pelo Ministério da Integração Regional, onde está a Secretaria [Nacional] de Defesa Civil, já pensando em ações de prevenção”, afirmou Ana, em seminário do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) sobre descarbonização da economia, no Rio de Janeiro.

Rio de Janeiro (RJ), 22/05/2024 – A conselheira do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI) e secretária nacional de mudança do clima do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Ana Toni durante o seminário “Brasil 2050: Rotas de Descarbonização da Economia”, no Rio de Janeiro Country Club, zona sul da capital fluminense. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Ana Toni, conselheira do Centro Brasileiro de Relações Internacionais e secretária nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente / Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Na última semana, a Defesa Civil do Amazonas divulgou alerta de que a estiagem, este ano no estado, deve ser tão ou mais severa que a registrada em 2023.

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A orientação é para que pessoas estoquem água, alimentos e medicamentos a fim de que possam enfrentar o período mais crítico da seca. 

A estiagem na Amazônia ocorre no segundo semestre, com o pico da vazante dos principais rios da região se concentrando entre os meses de outubro e novembro.

Em 2023, a Amazônia já havia enfrentado uma das piores secas de sua história (como contamos aqui), com grande redução do nível dos rios, o que prejudicou o transporte para comunidades ribeirinhas e, consequentemente, seu acesso a água, comida e remédios.

Estudos indicaram que a principal causa para o fenômeno foi a mudança do clima, decorrente de ação humana. De acordo com a secretária, os eventos extremos provocados por essas alterações do clima mostram que não basta apenas mitigação e adaptação, mas é necessário também ter recursos para reconstruções.

Rio de Janeiro (RJ), 22/05/2024 – O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloízio Mercadante durante o seminário “Brasil 2050: Rotas de Descarbonização da Economia”, no Rio de Janeiro Country Club, zona sul da capital fluminense. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Aloízio Mercadante, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) / Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

“Tem o custo da mitigação. Tem o custo da adaptação das cidades brasileiras, da infraestrutura, da energia, da agricultura. Mas a gente já está vivendo o custo das perdas e danos”, destacou Ana Toni. “Nesse desastre, que está acontecendo agora no Rio Grande do Sul, provavelmente vai precisar de algo entre R$ 50 bilhões e R$ 100 bilhões [para reconstrução do estado]”.

A necessidade de financiamento para reconstrução é uma preocupação também do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “A gente precisa criar [com bancos multilaterais] uma solidariedade e fundos para reconstrução. Imagina se esse dilúvio [do RS] tivesse caído no Uruguai? Como eles sairiam dessa sozinhos?”, destacou o presidente do banco, Aloizio Mercadante.

Ele lembrou que os bancos públicos precisarão de recursos para financiar a reconstrução de locais atingidos por eventos extremos e disse que o BNDES deve realizar uma série de seminários para discutir experiências internacionais nessa área.

“Estaremos, segunda-feira (27), operando uma linha de R$ 5 bilhões no Rio Grande do Sul, com todos os bancos parceiros. Entramos com o fundo garantidor de R$ 500 milhões, mas precisamos de taxas de juros menores para a reconstrução do Rio Grande do Sul”, declarou.

* Este texto foi originalmente publicado no site da Agência Brasil em 22/5/2024
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Foto (destaque): Alex Pazuello/Secom

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