*Atualizado em 21/08/20
Os animais estão entre as maiores vítimas das queimadas que vêm afetando diversas áreas do Brasil. No Pantanal, os incêndios já duram semanas e ameaçam o maior refúgio de araras-azuis do país. Na região Norte, também há focos de fogo em Rondônia e os bichos tentam desesperadamente escapar das chamas. Foi o que se suspeita que aconteceu com uma filhote de tamanduá-mirim, uma fêmea, atropelada em uma rodovia e resgatada pela Polícia Ambiental.
A tamanduá, que deve ter cerca de um ano, foi encontrada dentro da garagem da casa de uma família de Porto Velho. Ela estava bastante debilitada, desidratada e apresentava uma fratura na perna. A equipe da Polícia Ambiental foi chamada e levou o animal rapidamente para uma clínica veterinária.
Depois de realizado um raio-X, foi confirmada que havia uma fratura na tíbia da perna esquerda. Foi então realizada uma cirurgia, durante a qual colocou-seu uma placa e pinos. Todo o procedimento foi feito gratuitamente pela clínica particular.
A tamanduá se recuperando após a cirurgia
A filhote recebeu da equipe veterinária o nome de “Lingaruda”. Por causa do efeito do sedativo, ela relaxou e expôs sua língua de 20 centímetros.
Agora a tamanduá-mirim está no Centro de Recuperação de Animais Silvestres (Cras), em Candeias do Jamari. Lá ela será medicada, com antibióticos e ficará em observação até ser liberada e solta em seu habitat natural.
De acordo com a equipe da Polícia Ambiental, é comum nesta época do ano, quando as queimadas são constantes pela ausência de chuva, os animais procurarem refúgio na cidade, e com isso, acabarem sendo atropelados ou capturados.
Existem quatro espécies de tamanduá no planeta, três delas são encontradas no Brasil: o bandeira (Myrmecophaga tridactyla), o mirim (Tamandua tetradactyla) e o tamanduaí (Cyclopes didactylus).
O tamanduá-mirim se alimenta de insetos, como cupins, formigas e abelhas, e também, seu mel. Tem entre 87 e 110 cm e pode pesar até 7 kg. Quando se sente ameaçado, ele fica em posição ereta, apoiado sobre os membros posteriores e a cauda, deixando as garras das patas anteriores livres para golpear qualquer atacante.
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O Batalhão da Polícia Ambiental informou que, graças à excelecente recuperação de Lingaruda, ela já foi solta em uma área de mata ciliar.
*Com informações do Portal do Governo do Estado de Rondônia
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Fotos: Léia Castro e Tays Paiva