Houve um crescimento de 384 km² na destruição da Floresta Amazônica entre agosto de 2018 a março de 2019, em relação ao período anterior (agosto de 2017 a março de 2018). Os dados foram divulgados no Boletim do Desmatamento (SAD), realizado pelo Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia, Imazon*.
O número representa um aumento de 24% no desmatamento nos oito primeiros meses do atual calendário de monitoramento.
De acordo com o estudo, os estados que mais desmataram foram Pará (755 km²), Mato Grosso (442 km²) e Amazonas (294 km²). Já os municípios que lideram o ranking de destruição da floresta são Apuí (AM), Brasnorte (MT), Rorainópolis (RR), Cujubim (RO) e União do Sul (MT).
A boa notícia é, ainda segundo o Imazon, nos últimos dois meses o desmatamento na Amazônia Legal (área que compreende nove estados brasileiros e corresponde a quase 60% do território nacional) teve uma trégua.
Em fevereiro de 2019, o SAD detectou 93 km2 de desmatamento na região, uma redução de 57% em relação ao mesmo mês do ano anterior, quando foram registrados 214 km2 de derrubada da vegetação.
Já em março, a queda foi de 77%, comparando-se ao mesmo período de 2018.
Agora é torcer para que a tendência continue nos próximos meses.
Os alertas de desmatamento e degradação florestal realizados pelo Imazon são gerados pela plataforma Google Earth Engine (EE), com a utilização de imagens de satélites e mapas digitais. Todavia, os índices de deflorestamento da Amazônia publicados pelo instituto não são oficiais. O governo só leva em conta os dados elaborados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que frequentemente apresenta números diferentes aos do Imazon. A discrepância nos resultados se dá ao uso de metodologias distintas de avaliação.
*O Imazon é um instituto nacional de pesquisa, sem fins lucrativos, composto por pesquisadores brasileiros, fundado em Belém há 29 anos. Através do sofisticado Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD), a organização realiza, há mais de uma década, o trabalho de monitoramento e divulgação de dados sobre o desmatamento e degradação da Amazônia Legal, fornecendo mensalmente alertas independentes e transparentes para orientar mudanças de comportamento que resultem em reduções significativas da destruição das florestas em prol de um desenvolvimento sustentável
Foto: CIAT International Center for Tropical Agriculture/Creative Commons/Flickr