Por séculos temos ouvido falar da Amazônia com visões carregadas de preconceitos que, combinados a uma cultura geral de exploração dos ditos “recursos naturais” e de dominação da natureza, resultou em uma destruição sem precedentes da maior floresta do planeta, a uma velocidade terrivelmente assustadora.
Em minhas pesquisas para a dissertação de mestrado que entreguei para a Schumacher College, recentemente, confirmei aquilo que já desconfiava: o que destrói a floresta é apenas uma consequência da falta de conexão emocional que temos com ela. Fomos ensinados culturalmente a não desenvolvermos por ela o devido respeito. Chegou a hora de nos abrirmos para a possibilidade de sentirmos afeto pela Amazônia com a consciência de que este é o primeiro passo para salvá-la.
O afeto é construído aos poucos e posso agora apontar alguns caminhos: a educação que informa, mas também sensibiliza, a ciência que fala uma língua que você é capaz de entender para que possa se maravilhar com essa floresta incrível, além de uma viagem corajosa ao coração da mata para se divertir nela e se preparar para os pores do sol mais lindos de sua vida.
Todas as políticas públicas podem entrar em ação, todas as ONGs ambientalistas podem manter vivo o ativismo, todas as mídias do mundo podem continuar contando histórias de como a Amazônia é importante, mas #ficaadica: a atuação de cada uma dessas organizações e frentes de ação ficarão muito mais fortalecidas e ganharão muito mais pessoas se incorporarem, em seus discursos, meios de mostrar ao público o quanto a floresta é linda, inspiradora e sagrada, para além de “necessária” para nossa sobrevivência por aqui.
É tempo de enxergar a floresta com seus valores intrínsecos, como ela de fato é. Se eu não sou só um montinho de carne equilibrado sobre ossos e você também não, então a floresta não é só um montinho de árvores e rios como parte de uma biodiversidade riquíssima. Por isso, celebro este dia – 5 de setembro – que nos lembra da existência dessa floresta e o nascimento deste blog – que ganha o nome do projeto que criei há dois anos: Reconexão Amazônia – aqui no Conexão Planeta, com um grito verdadeiro, profundo, para que o maior número de pessoas possível possa ouvir: Amazônia, nós te amamos! Obrigada por existir.
Fotos: Arquivo pessoal
Bacana sua matéria, Karina. Só temos a somar e temos muito em comum. Você conhece nossa expedição à Amazônia? Te convido a dar uma espiada: https://conexaoplaneta.com.br/blog/o-voo-da-roda-de-passarinho-pelos-biomas-do-brasil/ Beijos de Re & Gabi