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Alter do Chão, no Pará, está em chamas: fogo começou em área de proteção ambiental e se alastra devido aos ventos

A Área de Proteção Ambiental (APA) Alter do Chão, em Santarém, a oeste do Pará, é uma das áreas preservadas mais importantes da região e está sendo destruída pelo fogo

Com 16.180 hectares de extensão – o equivalente a 1.647 campos de futebol -, essa unidade de conservação foi a primeira a ser decretada no município, por meio da Lei Municipal nº 17.771, de 2 de julho de 2003. Portanto, tem 20 anos.

Ontem à noite, Caetano Scannavino, do Projeto Saúde e Alegria, divulgou vídeo que mostra a APA tomada pelo fogo, que viralizou na internet (assista no final deste post). Indignado, escreveu: 

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“Alô autoridades! Alter em chamas de novo – fogo na APA Alter do Chão! Lamentável, também porque sempre falamos que iria se repetir, já que os verdadeiros incendiários da região seguem impunes, queimando para lotear terra” (leia, mais adiante, sobre os incêndios de 2019).

O vídeo publicado por Caetano viralizou rapidamente nas redes sociais. O DJ Alok (que doou todo seu cachê do show em Manaus, em 1/1, para as vítimas da seca no Amazonas) foi um dos que compartilhou o registro, comentando: “Silêncio é ensurdecedor”.

No fim da tarde de ontem, segundo reportagem do G1, numa área de savana amazônica, em Santarém, oeste do Pará (que fica dentro da APA Alter do Chão, às margens da estrada que leva à praia de Ponta de Pedras) o fogo estava descontrolado.

Os bombeiros foram chamados e alertaram que as chamas poderiam se alastrar rapidamente devido à vegetação sensível e aos fortes ventos. Equipe da Semma – Secretaria Municipal do Meio Ambiente foi acionada para ajudar no combate ao incêndio, além de outros órgãos ambientais.

“O fogo continua, mas o combate não”

Hoje, por volta de 18h30, Caetano publicou novo post nas redes, com dados do local e da hora (por volta das 14h) dos incêndios identificados por satélite, além de foto e vídeo. E denunciou que, apesar da ação dos bombeiros, que trabalharam de madrugada, “o fogo continua, mas o combate não”

Segundo a SECOM – Secretaria de Comunicação do Pará anunciou por nota, o Corpo de Bombeiros informou que o combate foi finalizado em Alter do Chão e que, num “prazo de 30 dias” será apurada “a origem do fogo”.  

“O que finalizou foi o combate, não o fogo!”, destacou Caetano, que clamou pelas autoridades novamente.

Prefeitura monitora incêndios 

Ontem pela manhã, a Prefeitura de Santarém anunciou que havia analisado imagens de satélite do Programa Queimadas, do INPE, e identificou que a nuvem de fumaça que encobriu a cidade nos últimos dias “tem origem em focos de incêndios em municípios vizinhos, em regiões da área rural de Santarém e, também em queimadas em outros estados. A fumaça chega lá com os ventos. 

Também declarou que a Semma estava monitorando a situação “junto aos órgãos de controle e mantém contato com os municípios vizinhos e a pasta de Meio Ambiente do governo estado”. 

O secretário João Paiva também pediu o apoio da população, “evitem realizar queimadas nesta época do ano”.

Trama política em 2019

Em setembro de 2019, primeiro ano do governo Bolsonaro, Alter do Chão ganhou destaque não só devido aos incêndios que castigaram a região, mas também à perseguição de quatro brigadistas voluntários acusados pelos incêndios criminosos daquele ano. 

Brigadistas voluntários de Alter do Chão são libertados em novembro de 2019 / Foto: divulgação

Caetano e seu irmão Eugênio, ambos dirigentes da ONG Saúde e Alegria, onde um dos brigadistas trabalhava, também foram envolvidos e tiveram seu escritório invadido pela polícia, que levou equipamentos e documentos para investigação.

A trama foi elaborada certamente pelos “verdadeiros incendiários”, como chamou Caetano em seu primeiro post. Os brigadistas foram presos e soltos dois dias depois, com restrições à liberdade. Com o tempo, todos abandonaram o local. 

Por falta de provas, em fevereiro de 2021, o juiz da 2ª Vara Federal de Santarém, decidiu pelo arquivamento do inquérito da PF sobre os incêndios em Alter do Chão e contra os brigadistas.

processo contra a ONG Saúde e Alegria foi arquivado pelo Ministério Público Estadual do Pará somente em maio deste ano.

“Alô autoridades!”

A seguir, veja os dois posts compartilhados por Caetano Scannavino no Instagram, que dão bem a dimensão da gravidade dos incêndios em Alter do Chão:

 
 
 
 
 
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Uma publicação compartilhada por Caetano Scannavino (@caetanoscannavino)

 
 
 
 
 
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Uma publicação compartilhada por Caetano Scannavino (@caetanoscannavino)

Com informações de Caetano Scannavino, Prefeitura de Santarém, G1

Foto: reprodução de vídeo

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