O Fundo Verde do Clima das Nações Unidas é um programa global de financiamento, criado em 2010, para ajudar países em desenvolvimento a enfrentar e se adaptar às mudanças climáticas e reduzir suas emissões de gases de efeito estufa. Em 2014, governos de nações ricas, mas também de algumas em desenvolvimento e de uma cidade em particular – Paris -, se comprometeram a investir US$ 10,3 bilhões em seus projetos.
O programa prioriza comunidades de regiões mais vulneráveis aos efeitos do aquecimento global, como por exemplo, ilhas, sujeitas aos impacto do aumento do nível dos oceanos, e os países pobres da África.
Na última semana, a poucos dias do início da Conferência das Nações Unidas para o Clima, a COP24, que começou ontem (02/12), na cidade de Katowice, na Polônia, a Alemanha anunciou que irá dobrar sua contribuição para o Fundo Verde do Clima, doando US$ 1,7 bilhão.
Segundo o Ministro de Desenvolvimento alemão, Gerd Müller, o país entregará o dinheiro nos próximos dois anos. A primeira parcela, de US$ 850 milhões, a entrega da primeira parcela já foi feita.
A meta inicial do Fundo Verde do Clima é que os países signatários do programa investissem US$ 100 bilhões até 2020, o que infelizmente, não se tornou realidade. Todavia, mais de 70 empresas e organizações privadas se uniram à iniciativa, alavancando projetos de reflorestamento, agricultura sustentável e redução das emissões de CO2.
Até o momento, o fundo apoia 93 projetos, que juntos, devem evitar a emissão de 1,4 bilhão de toneladas de dióxido de carbono na atmosfera e melhorar a qualidade de vida de 272 milhões de pessoas.
Hoje (03/12), o Banco Mundial também anunciou na COP24 a doação de US$ 200 bilhões para financiar ações de combate às mudanças climáticas, valor duas vezes maior do que o prometido anteriormente e que deverá ser investido na íntegra até 2025.
O encontro na Polônia começa com um clima pessimista, sobretudo, porque não se pode contar mais com a liderança dos Estados Unidos e agora, com a eleição de Jair Bolsonaro, no Brasil, teme-se que nosso país retroceda na proteção das questões ambientais e em seu comprometimento com o Acordo de Paris.
Recentemente, 16 países da União Europeia lançaram uma declaração em que conclamam que as nações aumentem suas metas voluntárias para a redução de emissões de gases de efeito estufa. Assinaram o documento Áustria, Suíça, França, Ciprus, Finlândia, Alemanha, Grécia, Islândia, Latvia, Portugal, Lituânia, Suécia, Espanha, Holanda, Eslovênia e Dinamarca.
*Com informações da Deutsche Welle e do Green Climate Fund
Leia também:
O que o Fundo Verde está fazendo pelo clima no mundo?
Califórnia, Nova York e Washington se unem contra Trump e formam aliança climática
O clima após Trump: um guia para os perplexos
Candidato à presidência, Jair Bolsonaro diz que, se eleito, vai tirar Brasil do Acordo de Paris
Foto: domínio público/pixabay
Parabéns à Alemanha, por ter dobrado a contribuição ao fundo que pretende diminuir a emissão, ou seus efeitos, dos gases estufa, e por sair na frente na adoção de energia solar. Ao Banco Mundial, por dobrar sua contribuição. muitas vezes maior: não se poderia esperar melhor de um passarinho. Sabe de natureza como ninguém, inclusive pelo alpiste. E àquele ex-prefeito de Nova York, cujo nome esqueci, por tirar do próprio bolso para referendar o Clube de Paris, com a saída dos EUA.
Lígia Silva