Em seu processo de digestão, a vaca produz o gás metano. Nada demais, já que é algo natural do animal. O problema é que, nas últimas décadas, o consumo humano de carne vermelha explodiu no mundo todo. Para suprir esta demanda gigantesca, aumentou-se no planeta todo a criação de gado, e consequentemente, a emissão de metano. Assim como o dióxido de carbono, o metano é um gás de efeito estufa e contribui para o aquecimento da superfície da Terra. Todavia, ele é 30% mais potente que o CO2.
Porém, um novo estudo mostra que a adição de uma pequena quantidade de algas marinhas vermelhas (Asparagopsis taxiformis) à ração animal pode reduzir em 82% a emissão de metano. A pesquisa foi feita por pesquisadores da Universidade da Califórnia, Davis, e divulgada em artigo científico na revista Plos One.
Na Califórnia, por exemplo, mais da metade de todas as emissões de metano vem da pecuária, principalmente de 1,8 milhão de vacas leiteiras do estado que “arrotam, exalam, peidam e produzem estrume. Dessas emissões relacionadas ao gado, os arrotos são os que mais afetam, respondendo por cerca de 95% do metano lançado no meio ambiente”, afirmam os cientistas.
O experimento reuniu tanto pesquisadores da área de agricultura, como de oceanografia da universidade. Durante cinco meses, a equipe adicionou a alga à dieta de 21 bovinos de corte e monitorou seu ganho de peso e emissões de metano. O gado que consumiu doses de cerca de 80 gramas de algas ganhou tanto peso quanto seus companheiros de rebanho, enquanto expeliam 82% menos metano na atmosfera.
A Asparagopsis taxiformis é uma espécie de alga subtropical nativa de lugares como a Austrália e as ilhas havaianas, mas também encontrada em áreas mais ao norte, incluindo a Baja California, México e vários locais ao sul da Califórnia, incluindo San Diego e Ilha Catalina.
“Agora temos evidências sólidas de que as algas marinhas na dieta do gado são eficazes na redução de gases de efeito estufa e que a eficácia não diminui com o tempo”, diz Ermias Kebreab, professor do Departamento de Zootecnia e diretor do World Food Center, e também, um dos autores do artigo. “Isso poderia ajudar os agricultores a produzir de forma sustentável a carne bovina e os laticínios de que precisamos para alimentar o mundo”, acrescenta.
Os especialistas também avaliaram se houve alguma modificação no sabor da carne ou do leite produzidos a partir dos bois alimentados com as algas marinhas. Para os que experimentaram, o sabor continuou igual.
Um dos próximos desafios é conseguir produzir a alga em fazendas, já que a demanda por ela seria muito maior do que é existente na natureza. “Há mais trabalho a ser feito, mas estamos muito animados com esses resultados”, garante Breanna Roque, pesquisadora que participou do estudo.
Vale lembrar, entretanto, que a pecuária não é apenas responsável pela emissão de gases de efeito estufa, mas também pelo aumento do desmatamento no mundo todo. Então, continua a recomendação: o ideal é reduzir o consumo de carne vermelha!
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Foto: domínio público/pixabay
A solução é simples e não está nas algas mas sim na empatia e compaixao pelos animais que morrem para humanos almoçarem ou degustarem um “inofensivo” sanduiche. A natureza é pródiga, além da conta, ao produzir alimentos diversificados ao infinito em sabor, cor, textura, odor, formatos e valor nutricional adequado à saúde humana mas, principalmente, sem dor e sem sangue. Animais não nasceram para morrer em prol de “majestades” humanas porque seu direito à vida é o mesmo nosso. Animais são amigos, não comida e, não por acaso, nosso coração está situado acima do estômago, para que se priorize o sentimento ANTES da gula. Veganismo é a tsunami do bem varrendo o mundo, pelos animais, pela saúde humana e a do Planeta e felizes aqueles que perceberam isso mas, principalmente, benditos os bebês que já nasceram sabendo.
Louvável seu pensamento, mas infelizmente ou (felizmente) não é isso que ocorre. A pecuária de corte é um dos pilares que sustenta a economia brasileira, bem como a produção de frangos e suínos. Enquanto houver demanda no exterior para este tipo de alimento (árabes e judeus comem o frango brasileiro e chineses a carne bovina) a produção continuará e continuará crescendo. Fora isso a produção de carne no Brasil emprega muita gente no campo e nas indústrias. Desamarrar a produção e o consumo de carne da cultura atrelada à economia é um sonho bem distante, para não dizer impossível.