Em 20 de agosto de 2018, a estudante de 15 anos Greta Thunberg faltou às aulas e foi, sozinha, para a frente do parlamento sueco, em Estocolmo, protestar contra a inércia do governo e da sociedade no combate às mudanças climáticas. No cartaz, que colocou a seu lado, estava escrito: Greve escolar pelo clima.
Hoje, após quase cinco anos, ela participou de sua última greve escolar e se despediu nas redes sociais: “Semana de greve escolar 251. Hoje, me formei na escola, o que significa que não poderei mais fazer greve escolar pelo clima. Para mim, esta é a última greve escolar, então acho que devo escrever algo neste dia”.
Cética, declarou que nunca esperou que sua greve climática levasse a algum avanço, lembrando que, no início, os protestos de “um pequeno grupo de crianças” eram diários e que, depois de três semanas, decidiram reduzir a intensidade e estabelecer a sexta-feira como o dia perfeito para cabularem aula e se manifestarem pelo clima.
“Foi assim que o Fridays For Future foi formado. Mais algumas pessoas se juntaram e, de repente, esse era um movimento global crescendo a cada dia”.
No ano seguinte, ela contou que “milhões de jovens saíram da escola pelo clima, inundando as ruas em mais de 180 países”. E, quando a pandemia começou, encontraram novas formas de protestar, voltando às ruas com o tempo. “Ainda estamos aqui e não estamos planejando ir a lugar nenhum”, lembrando que muito mudou de lá pra cá e que há muito mais a fazer. Infelizmente.
“Ainda estamos indo na direção errada, onde os que estão no poder podem sacrificar as pessoas mais marginalizadas e afetadas, bem como o planeta em nome da ganância, do lucro e do eterno crescimento econômico”.
Reclamou que os líderes e todos que têm poder de decisão “continuam a desestabilizar a biosfera e nossos sistemas de suporte à vida” e destacou que estamos nos aproximando rapidamente de “possíveis pontos de inflexão ecológicos e climáticos não lineares além do controle humano”. E que, em muitas partes do mundo, “estamos até acelerando o processo”.
O trecho mais comovente de seu relato é este: “Provavelmente muitos de nós que nos formamos agora nos perguntamos em que tipo de futuro estamos entrando, embora não tenhamos causado esta crise”.
E convida: “Todos que podem falar têm o dever de fazê-lo! Todos contam. Para mudar tudo, precisamos de todos”.
No final, Greta nos tranquiliza deixando claro que não abandonará os protestos. “Claro que continuarei a protestar nas sextas-feiras, mesmo que não seja mais uma greve escolar”. E justifica: “Simplesmente não temos outra opção senão fazer tudo o que pudermos. A luta apenas começou!”.
Para que o mundo dê valor a está moça, a intenção foi boa .