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“A cultura reflete a força, a grandeza e a beleza do povo brasileiro”, diz a cantora Margareth Menezes, ministra da Cultura do governo Lula

Em outubro deste ano, Margareth Menezes foi reconhecida pela Organização das Nações Unidas como uma das personalidades negras mais influentes do mundo no Most Influential People of African Descent (MIPAD 100), que “identifica grandes empreendedores de ascendência africana em público e setores privados de todo o mundo como uma rede progressiva de atores relevantes para se unirem no espírito de reconhecimento, justiça e desenvolvimento da África, seu povo no continente e em sua diáspora(contamos aqui).

O programa apoia a Década Internacional dos Afrodescendentes (2015 a 2024), proclamada pela resolução 68/237 da Assembleia Geral da ONU. Na lista deste ano, Margareth está muito bem acompanhada por Lázaro Ramos, Thaís Araújo, Erika Hilton, Edu Lyra e Viviane Ferreira.

Dois anos atrás, durante a pandemia a covid19, a cantora tornou-se Embaixadora da Organização Internacional de Folclore e da Cultura Popular, que integra a Unesco (organismo da ONU para Educação, Ciência e Cultura), assumindo a missão de “promover ações de salvaguarda do Patrimônio Cultural, formação e informação que levem à valorização do Folclore e das Artes Populares em todo o Brasil, contribuindo para o fortalecimento da identidade cultural e valorizando as heranças dos nossos ancestrais para melhor compreensão dos brasileiros na sua realidade social”. 

Estes são reconhecimentos importantes pelo legado que Margareth vem construindo ao longo de 30 anos, não só como referência na música, mas também como ativista em prol da cultura e empreendedora social.

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Em 2004, fundou a ONG Associação Fábrica Cultural, que atua com cultura, educação e sustentabilidade ambiental e já transformou a vida de cerca de 3 mil famílias em Salvador, na Bahia.

Plural, diversa e inclusiva

Esta semana, a cantora aceitou o convite do presidente eleito (e já diplomado) Lula para assumir o Ministério da Cultura em seu governo. Ela foi indicada pela socióloga Rosângela da Silva, a Janja, nossa futura primeira-dama.

Quando seu nome começou a circular pelas redes sociais como uma possibilidade para o cargo, houve quem torcesse o nariz alegando que ela não tem experiência em administração pública para assumir tamanha responsabilidade, ainda mais depois de quatro anos de obscurantismo e destruição.

Quem assim pensou certamente desconhece sua trajetória grandiosada qual contei um pouco acima – que lhe confere credenciais importantes para assumir a posição.

Mulher, negra e nordestina, Margareth representa uma visão plural, diversa e inclusiva da cultura, como defende Lula. Não foi à toa que ele a escolheu, nem que ela aceitou este grande desafio.

Sua missão é ajudar a recuperar um setor que, nos últimos quatro anos, com Bolsonaro, foi diariamente vilipendiado.

A Cultura perdeu o status de Ministério, sendo reduzido a uma secretaria especial subordinada inexplicavelmente ao Ministério do Turismo, ‘gerida’ por pessoas desqualificadas (foram seis!!), que contribuíram para seu desmonte.

Mas Margareth irá muito além, como declarou ontem, em duas ocasiões.

“Vamos precisar de todo mundo!

Margareth e Lula no encontro que confirmou sua parceria como ministra / Foto Ricardo Stuckert

Depois de se encontrar com Lula no hotel em que está hospedado, a artista seguiu para o Centro Cultural Banco do Brasil – onde as equipes de transição de governo têm trabalhado (ela integra o GT de Cultura) – e declarou à imprensa:

“Foi uma conversa muito animadora para a gente que é da área da cultura. Nós conversamos e eu aceitei a missão. Recebo isso como uma missão, mesmo. Foi uma surpresa para mim também”. E acrescentou:

“Agora é isso: a gente juntar todo mundo, a gente ouvir todo mundo, a gente levantar o Ministério e colocar a Cultura do Brasil no lugar que ela sempre merece: de reconhecimento, porque sempre foi reconhecida no mundo inteiro, todas as áreas da cultura, as culturas populares… Vamos reacender o caminho que foi criado”.

A seu lado estava Marcio Tavares, secretário nacional de cultura do PT e coordenador do grupo técnico de cultura do governo de transição, que deve assumir o cargo de secretário executivo do Ministério da Cultura.

Pouco depois, antes do encerramento oficial do trabalho dos GTs que integram o gabinete de transição, Lula anunciou a nova ministra (e também sua escolha para a direção do BNDES). 

Nas redes sociais, o presidente eleito agradeceu à “companheira Margareth Menezes por aceitar o convite para ser ministra da Cultura. Nos últimos anos, a cultura sofreu um desmonte no Brasil. E nós vamos honrar nosso compromisso de reconstruir e fortalecer o setor”.

Margareth também se manifestou nas redes, agradecendo à Lula pela confiança: Tenho a certeza de que será um grande desafio e uma enorme responsabilidade. Vamos trabalhar incansavelmente para reerguer a Cultura do nosso país!”. E pediu o apoio de todos para restabelecer o setor no país: 

”Eu, como artista, sei que não será fácil, por isso, peço o apoio e a força de todos os artistas, mobilizadores, realizadores e agentes culturais do Brasil e também de cada cidadão, para juntos, de mãos dadas, restabelecermos com plenitude essa área que é tão ampla, tão diversa e fundamental para todos nós”. E finalizou com um convite amplo:

“A riqueza da nossa cultura alimenta a nossa alma e fortalece a nossa identidade como nação. A cultura reflete a força, a grandeza e a beleza do povo brasileiro. Vamos precisar de todo mundo!”. 

No dia da posse de Lula como Presidente da República, em 1º de janeiro de 2023, Margareth Menezes participará do Festival do Futuro – que acontecerá na Esplanada dos Ministérios, logo após a cerimônia (leia aqui) – ao lado de uma diversidade de artistas, entre eles Chico César, Gilberto Gil, Otto, Martinho da Vila, Fernanda Takai, Gabi Amarantos, Tulipa Ruiz, Johnny Hooker, Maria Rita, Duda Beat, Luedji Luna, Gilsons e Tereza Cristina.

Foto (destaque): divulgação

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