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742 novas espécies de animais e plantas incríveis são descobertas na Bacia do Congo

742 novas espécies de animais e plantas incríveis são descobertas na Bacia do Congo

Conhecida como o “pulmão da África”, a Bacia do Congo fica dentro da segunda maior floresta tropical do planeta, se espalhando por seis países, em uma área de 200 milhões de hectares. Ela é o maior sumidouro de carbono do mundo, absorvendo mais carbono do que a Amazônia. Esse ecossistema gigantesco é habitat de uma riquíssima biodiversidade e nos últimos dez anos, nada menos do que 742 espécies da fauna e flora foram descritas ali, na última década, como revela um relatório recém-divulgado pela organização internacional WWF.

Essa é apenas uma pequena fração da vida que acredita-se existir na região. A estimativa é que a Bacia do Congo seja o lar de 10 mil espécies de plantas tropicais, sendo que 30% são endêmicas, ou seja, só são encontradas nela e em nenhum outro lugar do mundo.

“As florestas influenciam a chuva em toda a África e abrigam muitas espécies ameaçadas de extinção. Elefantes da floresta, chimpanzés, bonobos e gorilas das terras baixas e das montanhas as habitam, mas também o icônico ocapi e o pavão congolês. Suas sobrevivências dependem do equilíbrio mantido por este ecossistema”, afirma Martin Kabaluapa, diretor regional da Bacia do Congo, da WWF International.

742 novas espécies de animais e plantas incríveis são descobertas na Bacia do Congo
O crocodilo de focinho fino da África Central, descrito em 2018, habita toda a Bacia do Congo e enfrenta ameaças como a perda de habitat e a caça ilegal
Foto: Nik Borrow

Embora por 50 mil anos os humanos tenham coexistido com a natureza na Bacia do Congo, atualmente mais de 75 milhões de pessoas dependem dessa área para sua subsistência e a pressão sobre a vida selvagem fica cada vez maior.

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Por isso mesmo, a divulgação do relatório traz um importante alerta sobre a necessidade de implantação de programas de conservação para proteger esse ecossistema tão único e frágil.

“Passei o início da minha carreira fazendo pesquisas sobre a vida selvagem em muitas partes da Bacia do Congo e sempre fiquei surpreso com sua biodiversidade. Então, este relatório não é uma surpresa para mim, mas sim um chamado à ação”, destaca Allard Blom, vice-presidente do WWF para florestas africanas. “Precisamos fazer mais, pois a Bacia do Congo continua sendo um dos lugares menos pesquisados ​​do planeta e precisa urgentemente de proteção adicional.”

742 novas espécies de animais e plantas incríveis são descobertas na Bacia do Congo
A víbora peluda de Mongo foi descrita em 2020: ela é encontrada perto da região de Mbandaka,
no Rio Congo, na República Democrática do Congo
Foto: Jean-François Trape

Segundo o relatório, que contou com o trabalho de centenas de especialistas e pesquisadores de universidade, organizações e instituições do mundo inteiro, entre 2013 e 2023 foram descritas 430 novas espécies de plantas, 140 invertebrados, 96 peixes, 22 anfíbios, 42 répteis, 10 mamíferos e duas aves.

Entre essas descobertas estão um crocodilo de focinho fino (Mecistops leptorhynchus), uma libélula nomeada em homenagem a um álbum do Pink Floyd (Umma gumma), uma coruja com um chamado semelhante ao de um gato (Otus bikegila), uma temida víbora venenosa de cor alaranjada (Atheris mongoensis) e ainda, uma cobra d’água (Naja nana), também peçonhenta – que aparece na foto que abre este texto.  

O país onde ocorreu o maior número de descrições foi a República Democrática do Congo, totalizando 259 delas, seguido por Camarões, com 238.

742 novas espécies de animais e plantas incríveis são descobertas na Bacia do Congo
Libélula identificada em 2010 e batizada em homenagem ao álbum de 1969 da
banda de rock inglesa Pink Floyd
Foto: Jens Kipping

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Foto de abertura: Anthony Laing via Wikimedia Commons

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