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2021 já é o ano com o maior número de mortes de peixes-bois na Flórida: óbitos passam de 900

2021 já é o ano com o maior número de mortes de peixes-bois na Flórida: óbitos passam de 900

Tenho escrito com frequência sobre a situação preocupante dos peixes-bois na Flórida. A espécie, Trichechus manatus, que sempre foi muito comum nas águas do estado americano (lá ele é chamado de manati) está ameaçada de extinção. Depois de décadas com números em queda, principalmente nos anos 90, sua população que tinha voltado a se recuperar durante algum tempo, nos últimos anos está em pleno declínio. E os monitoramentos realizados em 2021 parecem apontar para um futuro bastante incerto para esse animal.

Em maio, o Florida Fish and Wildlife Conservation Commission já tinha contabilizado 749 mortes de peixes-bois, conforme relatei nesta outra reportagem. Mas há dez dias, no último relatório divulgado pela agência estadual, os números de óbitos chegam a 912. É mais do que o dobro registrado no mesmo período, janeiro a agosto de 2020, quando foram 412.

“A mortalidade sem precedentes de peixes-boi devido à fome foi documentada na costa do Atlântico no último inverno e primavera. A maioria das mortes ocorreu durante os meses mais frios, quando eles migraram para a Indian River Lagoon, onde a maioria das ervas marinhas morreu. Por causa do grande número de mortes documentadas neste evento do Atlântico, o número preliminar de óbitos no estado no primeiro semestre de 2021 ultrapassou o recorde observado em 2013, de 830 mortalidades”, informou a Florida Fish and Wildlife Conservation Commission.

O estuário de Indian River Lagoon é habitat de 1/3 dos peixes-bois dos Estados Unidos, que em algum momento vivem ali. O local teve uma perda de quase 60% de sua vegetação na última década e apresenta uma enorme quantidade de micropartículas de plástico em suas águas.

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As principais causas para morte dos manatis são perda de habitat, colisões com barcos (como esses animais se movem lentamente e precisam emergir para respirar, eles são especialmente vulneráveis a esses acidentes), falta de áreas de alimentação (e alimentos), marés vermelhas/algas tóxicas e poluição.

De acordo com dados divulgados pela organização Public Employees for Environmental Responsibility (PEER), o levantamento de peixes-boi feito no estado, em 2017, apontava um número de 6.620 indivíduos. Dois anos depois, em 2019, no último censo feito até agora, percebeu-se uma queda: foram contabilizados 5.733 animais.

Há um temor que a espécie desapareça por completo da Flórida.

“A recorrência de mortalidade relacionada a embarcações como a principal causa de morte em peixes-boi necropsiados na região do Atlântico em junho, consistente com similar observações na costa do Golfo, continuar a ser reconhecida como uma grave preocupação para a população da espécie. Além disso, os efeitos de longo prazo na saúde desses peixes-bois que sobreviveram à má-nutrição ainda não são conhecidos”, dizem os especialistas.

2021 já é o ano com o maior número de mortes de peixes-bois na Flórida: óbitos passam de 900

Com cara arredondada, olhos pequenos e corpo roliço, estes animais podem ter sua cor variando entre cinza e marrom-acinzentado. Eles não possuem orelhas, mas escutam muito bem. Os ouvidos são dois pequenos orifícios, localizados um pouco atrás dos olhos.

Extremamente dócil, o peixe-boi é um gigante das águas. Pode chegar a pesar 600 quilos e medir até quatro metros de comprimento.

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Fotos: U.S. Fish and Wildlife Service Headquarters/David Hinkel/Creative Commons/Flickr (abertura) e NOAA/unsplash 


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joe luiz
joe luiz
3 anos atrás

Humanos estão conseguindo seu grande trunfo, destruir nosso habitat. Precisamos mesmo ser extintos e bem rapidamente antes que destruamos tudo nesse planeta maravilhoso que não valorizamos como humanos nada sapiens!

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