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Fernando Faciole vence prêmio internacional de fotografia ambiental pela escolha do público com foto de anta vítima de queimadas no Pantanal

Fernando Faciole vence prêmio internacional de fotografia ambiental pela escolha do público com foto de anta vítima de queimadas no Pantanal

Mais um prêmio na jornada do fotógrafo Fernando Faciole pela conservação! O brasileiro acaba de vencer (o resultado foi divulgado em 9 de maio) o Prêmio de Público do Environmental Photography Award, prestigiado concurso internacional organizado pela Fondation Prince Albert II de Monaco que, desde 2020, celebra a fotografia como ferramenta de conscientização ambiental e poderosa aliada na luta pela preservação do planeta

O concurso deste ano teve mais de dez mil imagens inscritas e Faciole participou com três fotos que destacam a conservação de animais silvestres no Brasil, todos ameaçados de extinção: a anta, o tatu-canastra e o tamanduá-bandeira.

A foto que tocou o coração dos brasileiros e de públicos de diferentes países foi registrada durante as queimadas no Pantanal, em 2024, e mostra a anta batizada de Valente, que estava em processo de recuperação (ela sofreu queimaduras graves nas patas e nas orelhas) no projeto Onçafari, em sua base na Fazenda Caiman, na zona rural de Miranda, no Mato Grosso do Sul, como contamos aqui.

Fernando Faciole vence prêmio internacional de fotografia ambiental pela escolha do público com foto de anta vítima de queimadas no Pantanal
A anta macho Valente, vítima dos incêndios no Pantanal em 2024 e
flagrada por Fernando Falciole no recinto de recuperação do Onçafari,
encantou o público que participou da votação do prêmio
Foto: Fernando Faciole

E veja que emoção! A notícia do prêmio foi divulgada no site da competição quatro dias após a soltura do filhote macho na natureza, plenamente recuperado (veja aqui).

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Devido ao prêmio conquistado, o brasileiro foi convidado para visitar a estação de pesquisa da Universidade Internacional SEK, parceira histórica do concurso, localizada na floresta amazônica do Equador, e receberá uma bolsa de € 500 ou R$ 3.146,64.

“Receber mais uma vez o reconhecimento do público é incrível e inesperado. Em meio a tantas fotos impactantes entre as finalistas, ver a imagem do Valente ser escolhida é especialmente significativo — mostra que as pessoas estão, sim, preocupadas com a situação do Pantanal”, declara Faciole.

“Inclusive, tivemos recentemente a maravilhosa notícia de que o Valente foi reintroduzido à natureza, após tantos meses de reabilitação pelo Onçafari. Tudo aconteceu na mesma época, e acho que esse prêmio, na verdade, é dele — que, de alguma forma, nos trouxe um pouco de esperança”, celebra.

O júri também reconheceu a beleza do registro e a importância o tema. Seu registro talentoso e amoroso do Valente ainda recebeu menção honrosa na categoria Change Makers: Reasons for Hope (Agentes de Mudança: Razões para Esperança), que visa apresentar esforços e ações implementados globalmente por comunidades e organizações que ajudam a construir um mundo mais sustentável e uma relação mais harmoniosa entre o homem e a natureza. 

No ano passado, Faciole foi o vencedor dessa mesma categoria com a imagem da soltura de uma tamanduá-bandeira, à noite, no Cerrado (abaixo), na companhia de pesquisadores do ICAS – Instituto de Conservação de Animais Silvestres (leia aqui).

Vice-campeão

Na mesma categoria – Change Makers -, o fotógrafo brasileiro também foi classificado como vice-campeão com as outras duas imagens com as quais se inscreveu no concurso. 

Uma delas é Cuidando dos Gigantes Invisíveis, realizada numa expedição do Projeto Tatu-Canastra do ICAS – Instituto para Conservação de Animais Silvestres, também no Pantanal, que mostra a pata traseira de um jovem tatu-canastra, com aproximadamente um ano e meio de idade, está nas mãos do biólogo Gabriel Massocato, coordenador do trabalho de campo do projeto e que dedica 14 anos de sua vida à espécie.

A pata traseira de um jovem tatu-canastra, com aproximadamente um ano e
meio de idade, está nas mãos de Gabriel Massocato, coordenador do
trabalho de campo do projeto, biólogo que se dedica há 14 anos à espécie 

Foto: Fernando Faciole

Em maio de 2022, Massocato recebeu um dos mais importantes e cobiçados prêmios internacionais de conservação, o Future For Nature da Future for Nature Foundation, que apoia jovens conservacionistas comprometidos com a preservação de espécies animais e vegetais no planeta (contamos aqui).

A segunda imagem de Fernando Faciole reconhecida pelo júri do Environmental Photography Award nesta mesma categoria é Caminhada do Pequeno Gigante e apresenta um momento especial de reabilitação de um filhote de tamanduá-bandeira no Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS), do Ibama, em Belo Horizonte.

O fotógrafo brasileiro captou com muita sensibilidade um momento da relação entre o filhote de
tamanduá-bandeira e seu tratador, no CETAS, do Ibama, quando,após a alimentação, por volta
das 19h, os animais em processode recuperação, são incentivados a se exercitar
Foto: Fernando Faciole

Tamanduás-bandeira órfãos, quando muito jovens, dependem da atenção constante de cuidadores, que muitas vezes precisam levá-los para casa durante a noite. Este filhote foi encontrado agarrado à sua mãe, que havia sido atropelada — um exemplo trágico da principal causa do declínio populacional de tamanduás-bandeira no Brasil: atropelamentos”, explica o fotógrafo em sua inscrição. 

“Esta foto captura o momento da última alimentação dos animais no CETAS, por volta das 19h. Após a alimentação, os animais são incentivados a caminhar pelas instalações para se exercitarem e desenvolverem seus instintos”.

Exposição e cerimônia

As imagens vencedoras – grande prêmio, prêmio do público e o primeiro lugar das cinco categorias – e as finalistas serão apresentadas em exposição no Principado de Mônaco, de 3 de junho a 31 de julho, e posteriormente exibidas em locais selecionados ao redor do mundo. Também integrarão livro de fotografia de alta qualidade.

A cerimônia de premiação está marcada para 6 de junho em Mônaco, quando estarão presentes a vencedora do Grande Prêmio – Angel Fitor com Heróis Invisíveis e Anônimos, que também se classificou no primeiro lugar da categoria Mundos Oceânicos -, além de Fernando Faciole, dos outros fotógrafos classificados nas cinco categorias e dos membros do júri.

Quem é Fernando Faciole

Explorador da National Geographic Society (contamos aqui), o fotógrafo paulistano é formado em Ciências Biológicas. “Minha paixão é criar histórias visuais focadas na conservação, destacando espécies ameaçadas, suas interações com os seres humanos e os desafios para sua preservação”.

O fotógrafo de conservação em campo, onde se sente em casa
Foto: arquivo pessoal

Desde 2022, recebeu diversos prêmios internacionais e teve seu trabalho exposto em países como Inglaterra, Itália, Mônaco e Dubai. 

Em 2022, tornou-se o mais jovem e o terceiro brasileiro a integrar a prestigiada International League of Conservation Photographers (iLCP), que reúne os fotógrafos de conservação mais renomados do mundo (os outros dois brasileiros são Luciano Candisani e João Marcos Rosa).

Em 2023, teve uma de suas histórias licenciadas pela National Geographic brasileira (contamos aqui), e uma das fotos que compõem esse trabalho publicada na revista internacional. Também foi destaque na BBC Wildlife Magazine

Em 2024, integrou a lista Forbes Under 30 como reconhecimento pelo impacto de seu trabalho na fotografia de conservação.

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Foto (destaque): acervo pessoal e Fernando Faciole

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