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Quase metade das plantas do gênero Helicônia, primas das bananeiras, estão ameaçadas de extinção

Quase metade das plantas do gênero Helicônia, primas das bananeiras, estão ameaçadas de extinção

Chamada popularmente de caeté ou bananeira do mato, a helicônia é um gênero de planta com mais de 180 espécies, que tem parentesco com a banana. Embora algumas sejam nativas das ilhas do Pacífico Ocidental, a grande maioria é observada em florestas tropicais das América Central e do Sul. Com suas cores vibrantes, que vão de tons de amarelo, laranja e vermelhos até rosas e roxos, elas são muito utilizadas em projetos de ornamentação de jardins. Mas um novo estudo alerta que quase metade das Heliconia estão ameaçadas de extinção.

Segundo o artigo recém-publicado no jornal científico Plants, People, Planet, 87 espécies do gênero (47%) correm o risco de desaparecer da natureza. Cultivadas há séculos, sua popularidade é apontada como uma de suas principais ameaças, assim como a caça ilegal, a perda e fragmentação de habitats, além da introdução de espécies invasoras e das mudanças climáticas.

Até a divulgação desse estudo, pouco se sabia sobre as condições das helicônias em seu ambiente natural. Pouquíssimas delas tinham sido avaliadas para determinar seu grau de conservação e apenas 21 espécies faziam parte da Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).

O levantamento realizado por pesquisadores do Museu Nacional de História Natural Smithsonian, nos Estados Unidos, indica que muitas das espécies dessas belíssimas plantas não estão em áreas protegidas ou exemplares seguros em jardins botânicos. O estudo recomenda que 45 delas sejam prioridades em esforços de conservação.

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“Quando você percebe que linhagens evolutivas inteiras com múltiplas espécies podem estar ameaçadas de extinção faz você se dar conta que algo grave está acontecendo”, diz o botânico John Kress, curador do museu e principal autor do estudo.

Para chegar a esses números, os pesquisadores analisaram espécimes coletadas em campo e pertencentes à coleções de museus e instituições de pesquisa.

“Os dados armazenados em herbários são um tesouro científico que torna um projeto como esse viável”, ressalta o botânico Gary Krupnick, um dos coautores do novo estudo. “Nos debruçamos sobre os recursos valiosos que pesquisadores anteriores conseguiram durante expedições de campo e contando populações de plantas.”

Quase metade das plantas do gênero Helicônia, primas das bananeiras, estão ameaçadas de extinção
Há 187 espécies de helicônias conhecidas, a maioria delas nas Américas Central e do Sul
Foto: Manfred Richter from Pixabay

Helicônias também são às vezes chamadas de “garras de lagosta” ou “flores de papagaio” por causa de suas brácteas, estruturas de folhas na base de uma flor. Por causa de suas cores, elas fazem lembrar ainda as lindíssimas aves-do-paraíso.

Assim como outras plantas, as helicônias prestam importantes serviços ecológicos para uma variedade de criaturas, incluindo morcegos e beija-flores, polinizadores primários para muitas espécies de Heliconia. Elas produzem néctar para atrair os pássaros, que então espalham pólen para outras flores enquanto voam.

*Com informações e entrevistas contidas no texto de divulgação do Smithsonian Institute

**Texto atualizado às 21h para a troca da foto de abertura que tinha sido colocada erroneamente como uma helicônia

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Foto de abertura: David J. Stang, CC BY-SA 4.0 via Wikimedia Commons

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