Um relatório que acaba de ser divulgado, em conjunto por diversas organizações internacionais, entre elas a Proteção Animal Mundial, faz um importante alerta sobre o uso das redes sociais por golpistas que realizam falsos resgates de animais. Durante seis semanas de levantamento, foram identificados mais de 1.020 links com esses tipos de vídeos em plataformas como Facebook, Instagram, YouTube, TikTok e Twitter/X, e que foram assistidos mais de 572 milhões de vezes.
“Identifique o Golpe: desmascarando falsos resgates de animais” tem como objetivo não apenas denunciar essa exploração animal criminosa, criada para gerar engajamento nas redes sociais e captar dinheiro ilegal de doações, mas também, apelar para que as empresas proprietárias dessas plataformas tomem ações com rigor para banir esses conteúdos.
Segundo o levantamento, 52% dos links foram encontrados em plataformas da Meta, detentora do Facebook e Instagram. Já YouTube e TikTok divulgaram cerca de um quarto do conteúdo total. Outro dado que a pesquisa revelou é que mais de 20% dessas postagens foram sugeridas aos internautas por algoritmos.
“Conteúdos envolvendo animais representam uma parcela significativa das postagens das redes sociais.
Histórias emocionantes, muitas vezes retratando o resgate por seres humanos, são uma das muitas
formas que isso assume, afirma o relatório. “Influenciadores de animais de estimação” são agora um grupo distinto e reconhecido de criadores online que têm muitos seguidores nas redes sociais, com algumas contas com dezenas de milhões de seguidores.”
Entre os conteúdos encontrados pelas ONGs nas redes sociais estão confrontos diretos entre diferentes espécies, como aves de rapina ou cobras enormes se enrolando em gatos, cães, cabras e até macacos, tentando matá-los e comê-los. O golpe mais comum, entretanto, é o resgate de animais abandonados.
“O conteúdo falso de resgate mostra animais em situações de imenso perigo: abandonados nas ruas, enterrados vivos, presos em objetos, sendo atacados por predadores e precisando de atenção médica. Muito pouco se sabe sobre o que acontece com os animais após esses vídeos, em que condições eles são mantidos e como são tratados pelo criador do conteúdo”, ressalta Júlia Trevisan, coordenadora de Vida Silvestre na Proteção Animal Mundial.
divulgadas nas redes sociais
Fotos: Proteção Animal Mundial
Como reconhecer golpes nas redes sociais
A Proteção Animal Mundial preparou uma lista de dicas para os internautas identificarem golpes envolvendo o resgate de animais nas redes sociais. São três indicadores que devem ser levados em consideração: autenticidade do conteúdo, contexto do fato exibido no vídeo e o formato desse material.
E não esqueça, sempre denuncie postagens falsas!
AUTENTICIDADE
- O “salvador” (pessoa que faz o resgate) não integra nenhuma organização animal verdadeira;
- A página ou a conta tem vários vídeos falsos de resgate ou similares;
- Nenhum vídeo de acompanhamento sobre o que aconteceu com os animais é exibido;
- As práticas de resgate são amadoras;
- O “salvador” humano é sempre a mesma pessoa.
CONTEXTO DO FATO
- É improvável que haja um encontro aleatório capturado por uma câmera;
- Os mesmos animais aparecem em vários vídeos;
FORMATO DO VÍDEO
- O criador atrasa a assistência ao animal para filmar a situação;
- Edição clara de vídeos em vários ângulos de câmera.
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Foto de abertura: divulgação Proteção Animal Mundial
Cada dia mais precisamos ficar atentos. Exploração da boa vontade do povo